Agosto deste ano foi marcado por notícias que agitaram o mundo, mas um lugar inabitável se manteve calmo: o Oceano Atlântico. Depois de 25 anos, um raro fenômeno voltou a acontecer, nenhum furacão foi registrado na região durante o oitavo mês do ano. O ocorrido surpreendeu especialistas, que esperavam um período com fenômenos atmosféricos intensos, como aconteceu em 2021.
Existem algumas possíveis explicações para a calmaria nas águas salgadas do Atlântico. Para a BBC News, o meteorologista Jim Dale explicou alguns fatores que, combinados, são capazes de desvendar o incomum acontecimento. Para ele, o ar seco e estável, a poeira do Saara e ventos fortes são os culpados. As partículas do deserto impedem a formação de tempestades e, juntas às outras condições, impossibilitam o surgimento de furacões.
Em 1997, o Oceano Atlântico ficou livre dos fenômenos em agosto. Historicamente, o mês já registrou grandes furacões que devastaram regiões inteiras dos Estados Unidos. Em 2005, o Katrina foi responsável por mais de 1800 mortes. Em outra ocorrência, no ano de 1992, o Andrew chegou a registrar ventos de 280 km/h que destruíram construções e deixaram centenas de famílias desabrigadas.
Em 2021, a formação de furacões atingiu um nível recorde, foram registrados quatro fenômenos simultâneos em uma mesma semana. Cientistas esperavam que 2022 seguisse a tendência do ano anterior. Outra raridade foi o aparecimento tardio do primeiro furacão da temporada. Nomeado Danielle, ele foi o que mais tarde surgiu desde 2013. A latitude 38 norte, localização onde o fenômeno aconteceu, também causou estranhamento. Pesquisadores indicam que não é comum a ocorrência de tempestades na localização.
