Antonio Veronese Em 2003, quando completei 50 anos, propus à cidade do Rio de Janeiro a exposição de seis ninfas pintadas sobre tela, cada uma com dois metros de altura. O então prefeito Cesar Maia sugeriu colocá-las em um local de grande circulação de pessoas e propôs as profundezas da Estação Cardeal Arco Verde do metrô, em Copacabana.
Achei a ideia ótima e, numa cerimônia que contou com a presença de autoridades além do ator e diretor Sérgio Britto, de Tom Jobim, do ator Claudio Cavalcanti, da atriz Letícia Sabatela, da presidente do MNBA Eloisa Lustosa, do diretor Augusto Boal, da maestrina Célia Vaz e de Alberico Campana, entre outros, instalaram-se lá as seis ninfas apelidadas carinhosamente pelo O Globo de as Metronildas.
O jornalista Carlos Góis escreveu à ocasião: “Veronese faz aniversário e quem ganha presente é a cidade do Rio de Janeiro” e Tom Jobim, em placa postada ao lado das pinturas, assim se manifestou: “Na pintura de Antonio Veronese existem moças bonitas que eu, fosse um rapaz solteiro, gostaria de namorar”.
A cientista política e jornalista alemã Beate Charlotte Kirchner, anos depois, classificou as Metronildas, no seu livro Coisas Imperdíveis do Rio de Janeiro – (Orte in Rio de Janeiro, die man gesehen haben muss), como uma das coisas a não se deixar de ver em caso de visita à cidade maravilhosa.
Em 2004, um ano depois, passei a morar no exterior e fiquei todos esses anos sem mais ver essas minhas “garotas de Copacabana”. Recentemente, no entanto, pude visitá-las e constatar que essas outras “meninas de Tom” estão precisando urgentemente da atenção do prefeito Eduardo Paes e do presidente do metrô carioca, Guilherme Walder Mora Ramalho. Explico:
As raparigas estão lá, num ambiente extremamente hostil para a pintura, há quase 22 anos… A quantidade de partículas suspensas no ar em uma estação do metrô de grande movimento é 1.800 vezes maior do que ao ar livre. Por isso, quando exilei as moçoilas lá nas profundezas rochosas de da princesinha do mar, pedi que elas fossem envolvidas por uma proteção de vidro, hermeticamente fechada. Infelizmente isso não foi feito! Com isso, apesar da precária proteção de acrílico que foi instalada, as pinturas sofreram imensamente nessas mais de duas décadas, como pode ser observado nas fotos anexas.
É por isso que venho, através deste pequeno artigo, encarecidamente pedir às autoridades citadas, que possa ser iniciado, com a máxima urgência, um processo restauração dessas seis ninfas que, apesar de carioquíssimas, não têm direito nem ao mar, nem ao sol de Copacabana.
Por favor, ajudem-me a fazer chegar esse pedido às autoridades competentes?
