Uma sessão solene no Senado marcou, nesta quinta-feira (20), os 63 anos da fundação de Brasília. Convocada pelos senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), presidente da sessão e autor do requerimento, e Leila Barros (PDT-DF), a celebração política teve também espaço para a cultura da capital de todos os brasileiros e para o discurso emocionante de André Kubitschek, vice-presidente do Memorial JK e bisneto de Juscelino Kubitschek, fundador da cidade.
Segundo André Kubitschek, a construção de Brasília é um dos maiores fatos históricos do Brasil, por representar a convergência de forças humanas e políticas e simbolizar o espírito empreendedor do País. “Brasília nasceu da vontade política de brasileiros que sonharam com um novo Brasil. Hoje, ao celebrar os 63 anos, comemoramos não apenas a sua construção, mas todas as lutas travadas por sua consolidação política e econômica”, disse.
Para o bisneto de JK, a nova capital representou “o polo irradiador de desenvolvimento, a posse efetiva do nosso território e a verdadeira integração nacional”. Ele lembrou também a disposição de Juscelino Kubitschek em transformar a letra fria da Constituição de 1891 em realidade, após 65 anos de espera. “O governo assumiu o compromisso com o povo brasileiro de cumprir um preceito constitucional e durante mil dias, na maior epopeia do século passado, ergueu a mais bela e moderna capital do mundo”, discursou, recebendo aplausos do plenário do Senado.
Enfatizando o espírito planejador de JK, ele lembrou que o bisavô foi o primeiro presidente da República a traçar um plano de metas voltado para engrandecer o Brasil, em frentes como educação, energia, transporte, alimentação e indústria de base, tendo a transferência da capital como meta-síntese, “que serviu como fomento econômico, atraindo empresas, negócios e gerando oportunidade para milhares de brasileiros”.
“Brasília se consolidou com um centro cultural, econômico, político, administrativo, além de ser reconhecida mundialmente por sua arquitetura singular. A visão de JK nos ensina que somos capazes de grandes feitos quando nos unimos em prol de um propósito. Quando trabalhamos com força, coragem e determinação para superar qualquer obstáculo que se colocar no nosso caminho”, completou.
Veja o discurso:
A sessão também homenageou importantes nomes da cena cultural de Brasília, como Renato Russo, Cássia Eller e o DJ Jamaika, falecido em 23 de março. Com vários números musicais, os homenageados foram lembrados por todos. O senador Izalci Lucas entregou certificados de reconhecimento por contribuição à cultura a Nanci Ribeiro, mãe de Cássia Eller; a Maria do Carmo Manfredini, mãe de Renato Russo; e a Rivanilson da Silva Alves, irmão do DJ Jamaika.
Atleta olímpica descoberta nas escolas de Brasília, a senadora Leila Barros (PDT-DF) homenageou a educação pública, que permitiu seu ingresso no esporte, e destacou a multiplicidade cultural de Brasília. “Sinto orgulho de pertencer a essa população diversificada, composta de pessoas de todos os cantos do Brasil e do mundo. Essa diversidade enriquece a cidade”, completou.
Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), também presente à sessão, disse que Brasília é uma cidade de todos os povos. “Apaixone-se por Brasília. É a cidade mais incrível do Brasil. É o lugar mais especial desta nação”, afirmou.
Ao fim da sessão, o senador Izalci Lucas cobrou valorização dos professores e atenção à segurança nas escolas. “Nossos jovens estão passando por muitas dificuldades e 78% dos que estão no Ensino Médio não conseguem entrar na universidade e no mercado de trabalho por não terem qualificação profissional”, disse. Também destacou que a CPMI dos Atos Antidemocráticos de 8 de janeiro não permitirá que Brasília “pague pelo que aconteceu”, pois vai apurar as ações e omissões em torno dos ataques.