O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres ficou calado em depoimento na manhã desta quarta-feira (18) à Polícia Federal (PF). A assessoria do órgão confirmou que Torres optou por permanecer em silêncio.
Interlocutores do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro dizem que essa estratégia foi adotada porque a defesa do ex-ministro não teve acesso à investigação. A oitiva de Torres, que aconteceu no 4º Batalhão da Polícia Militar do DF, durou cerca de uma hora, mas ele respondeu apenas que “_não tem nada a declarar_”, disseram fontes. O delegado Alexandre Camões Bessa, que comanda a investigação dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, conduziu o interrogatório.
Segundo aliados, Torres vinha se preparando para negar ter conhecimento de que os atos antidemocráticos do dia 8 pudessem escalar para uma violência ao ponto que chegaram, com invasão e destruição dos prédios dos três Poderes. Contudo, o pool de advogados avaliou, desde então, que esse discurso poderia não ser bem recebido, já que o Ministério da Defesa enviou um alerta de segurança à SSP-DF no dia anterior, 7 de janeiro.
Além de se explicar sobre a falha na segurança durante os atos do dia 8, Torres também foi questionado no depoimento sobre o documento encontrado em sua casa pela PF que vem sendo chamado de “_minuta do golpe_”. O texto fala em instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral para mudar o resultado das eleições.
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