A poderosa história do Castelo de Santo Ângelo, em Roma, sob a ótica da moda, precisamente em domínio da exuberância de Domenico Dolce e Stefano Gabbana, trouxe para a passarela um dos desfiles mais emblemáticos da década na Alta Sartoria, a alta-costura masculina, que integra anualmente o calendário de quatro dias de apresentações em spots icônicos do país italiano com convidados high ticket da Dolce & Gabbana.
Na narrativa dos designers, as vestes litúrgicas desempenham um papel central na coleção quando modelos surgem trajando mantos, capas, casulas, dalmáticas e estolas, enaltecendo a elegância do clero e a sua autoridade personificada em pleno Renascimento diante de toda a estética altamente refinada que a época exigia.
Além de seus códigos cerimoniais, que variam de acordo com o rito e sempre seguem protocolos rigorosos, as vestimentas eclesiásticas também trazem o artesanato italiano em sua máxima expressão, de habilidades excepcionais aprimoradas ao longo dos séculos na arte do fatto a mano (feito a mão) até os dias atuais e fortemente celebrada pela marca. Um desfile sagrado.
O castelo
Mausoléu, fortaleza, residência papal: a história do Castelo de Santo Ângelo é tão longa quanto movimentada. Seus muitos nomes (Mole Adrianorum, Castellum Crescentii, Castelo de Santo Ângelo) e a série de intervenções arquitetônicas pelas quais passou ao longo dos séculos testemunham esse passado complexo.
A estrutura foi encomendada pelo Imperador Adriano, que buscava não apenas um mausoléu para seus restos mortais, mas também um monumento solene para celebrar sua própria grandeza. A construção começou em 123 d.C. e foi concluída sob o Imperador Antonino Pio em 139, um ano após a morte de Adriano, juntamente com a Ponte Eliana que ligava o complexo à cidade.
Segundo a lenda, em 590, enquanto Roma estava a braços com uma peste devastadora, o Papa Gregório Magno testemunhou uma visão milagrosa durante uma procissão penitencial: o Arcanjo Miguel apareceu sobre o castelo, embainhando sua espada como sinal do fim da epidemia. Uma ode ao papado e a grandeza ininterrupta de Roma ao longo de sua história.