Alta da carne bovina e da energia elétrica impacta bares e restaurantes

Carne Bovina | Valter Campanato/Agência Brasil

A elevação nos preços da carne bovina e da energia elétrica está afetando diretamente o setor de bares e restaurantes. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 1,34% em outubro, após alta de 0,18% no mês anterior. Com esse aumento, o índice acumula alta de 3,91% no ano e 5,10% nos últimos 12 meses.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o preço do boi gordo subiu cerca de 20% até a primeira quinzena de outubro de 2024, em comparação ao final de 2023. Esse aumento foi impulsionado pela menor oferta de animais para abate e pela maior demanda interna e externa de carne bovina.

Outro fator de pressão é o aumento nas tarifas de energia elétrica, causado pelo acionamento da bandeira vermelha patamar 2 desde o início de outubro. O impacto nas tarifas afeta diretamente os custos operacionais dos estabelecimentos, que dependem de eletricidade para refrigeração e preparo de alimentos.

“A aceleração do IPA foi impulsionada pelos produtos agropecuários, que continuam a sofrer os efeitos da seca. No lado do consumidor, o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, vigente desde o início de outubro, provocou um aumento nas tarifas de energia elétrica, fator crucial para a elevação do IPC. Na construção civil, a alta registrada refletiu principalmente o aumento nos preços de materiais, equipamentos e serviços”, destaca Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

Para Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o aumento nos preços de insumos está criando desafios para o setor, que enfrenta dificuldades em repassar esses custos aos consumidores sem afetar a demanda.

“Em diversas regiões do país, os preços da carne bovina nos fornecedores já registram aumento significativo. Há relatos de aumento de até 20% no preço do filé mignon em alguns estados. Esse cenário tem levado a uma elevação nos custos operacionais dos bares e restaurantes, que enfrentam dificuldades para repassar esses aumentos aos consumidores sem comprometer a demanda”, disse.

Solmucci também mencionou que a decisão do governo de adiar o retorno do horário de verão, que poderia gerar economia de energia e aumento no faturamento, trouxe preocupação ao setor.

“É um insumo essencial, as cozinhas estão cada vez mais dependentes de energia elétrica, não só para refrigeração, mas também para o preparo dos alimentos. Neste cenário, nos causou muita estranheza a decisão do governo de adiar a discussão sobre a volta do horário de verão para o ano que vem

 

 

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