André Braga Eleita como a segunda doença capilar mais comum, a alopecia areata é mais do que um problema estético, trata-se de uma condição autoimune que pode surgir em qualquer fase da vida e que exige atenção médica dermatológica para um acompanhamento apropriado.
Violeta Tortelly, coordenadora do Departamento de Cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia, informa que, embora possa acometer qualquer pessoa, há maior risco entre indivíduos com histórico familiar de doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide e distúrbios da tireoide.
“A alopecia areata é uma doença autoimune em que o próprio sistema imunológico ataca os folículos pilosos, provocando a queda dos fios em áreas específicas do corpo, como couro cabeludo, sobrancelhas, cílios e barba”, complementa a médica.
Com relação ao tratamento, o cuidado varia de acordo com a gravidade e a extensão da queda de cabelos e pêlos. Há desde opções tópicas, como cremes e loções com ação anti-inflamatória, até aplicações locais de medicamentos por meio de injeções.
“Em quadros mais intensos, usamos medicamentos orais, incluindo imunossupressores. E mais recentemente, os chamados Inibidores de JAK têm se mostrado promissores ao interferir na resposta inflamatória do organismo, ajudando no controle da doença e no estímulo ao crescimento dos fios”, explica Violeta.
Além de fatores genéticos, a alopecia areata pode surgir como consequência de fatores ambientais, como infecções virais, mudanças hormonais e altos níveis de estresse. “O estresse emocional, por exemplo, é um fator que frequentemente contribui para o surgimento ou agravamento dos sintomas”, reforça a profissional.
Como em diversas outras condições dermatológicas, o diagnóstico precoce faz a diferença para o controle da doença e a qualidade de vida do paciente. Sendo assim, a Sociedade Brasileira de Dermatologia aconselha que, ao notar falhas incomuns nos cabelos ou pêlos, o indivíduo precisa buscar um médico.
