Você costuma esquecer onde deixou as chaves ou o que ia fazer ao entrar em um cômodo? Com a correria do dia a dia e o excesso de informações, lapsos de memória se tornam cada vez mais comuns. Porém, é possível treiná-la e fortalecê-la, assim como um músculo, com exercícios e hábitos diários.
Para entender como a memória funciona e o que pode ser feito para mantê-la afiada, o GPS|Brasília conversou com o neurologista clínico Marcelo Evangelista Lobo, que explica sobre os tipos de memória e indica exercícios simples e eficazes para estimular o cérebro no dia a dia.
O médico explica que existem vários domínios na memória, como as memórias de curto e longo prazo, memória operacional e de atenção. E ele aponta que, com a idade, é natural que algumas características se percam, especialmente a memória mais recente, enquanto as tardias, em geral, ficam preservadas.
No entanto, existem alguns hábitos que podem prejudicar a memória, como a privação de sono, o estresse, o excesso do uso de álcool, de benzodiazepínicos ou de medicações para dormir, como zolpidem, rivotril, diazepam, lexotam, entre outros.
“A depressão, quando não está sendo tratada e manejada, também é um aspecto que pode atrapalhar a memória”, revela o neurologista. Ainda, certos fatores modificáveis podem piorar a memória: “dentre eles, o mais importante é a falta de estudo formal, o analfabetismo ou o pouco estudo, que deixa as pessoas com a memória e a capacidade cognitiva mais frágeis. A perda auditiva também prejudica bastante”, destaca.
E o que pode melhorar a memória, afinal?
O médico detalha que atividades do dia a dia são de extrema importância para a manutenção da memória. “Quando as pessoas estão trabalhando, resolvendo problemas, estão ativas, tendo que lidar com diversas questões, como cuidar de casa, da família, das finanças, se planejar e resolver problemas do trabalho, analisar situações, emitir pareceres ou tomar atitudes em resposta a estímulos, isso é uma coisa boa para a memória”, afirma.
Leitura, socialização, conversar sobre assuntos distintos em diferentes grupos de pessoas também são atitudes que têm um impacto positivo para a memória, assim como ter uma boa qualidade de sono e manejar o estresse.
“Quando a pessoa já não trabalha mais, uma dica para manter o cérebro ativo é aprender uma nova língua ou entrar em clube do livro”, sugere. Além disso, hábitos saudáveis como manter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas regularmente, controlar diabetes e pressão também fazem com que o cérebro fique mais protegido.
Certo aplicativos de treinamento de memória, como o Lumosity, e outros para aprender novos idiomas, como o Duolingo, também são ótimas dicas para exercitar a memória, assim como aprender a tocar um instrumento e ler a partitura, por exemplo. Outras atividades que ajudam são: sudoku, palavras-cruzadas, dominó, quebra-cabeças, jogo de xadrez, paciência.
“Para aquelas pessoas que percebem que a memória está começando a falhar, algumas estratégias são boas de serem adotadas, como colocar um quadro magnético na geladeira, anotar as atividades do dia e marcar o que já foi feito”, observa Marcelo. “E, à medida que a memória vai se perdendo, não deixe de procurar o auxílio de um médico neurologista ou geriatra”, alerta.