O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou neste sábado (4) que o “_verdadeiro povo brasileiro_” está com os ministros dos tribunais superiores, alvos de ataques de bolsonaristas. Castro é correligionário do ex-presidente Jair Bolsonaro e o apoiou no segundo turno das eleições do ano passado. Mais adiante, o governador afirmou que a eleição “_já acabou_”.
Castro participa do evento Lide Brazil Conference, em Portugal, onde também estão os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ao cumprimentá-los no início de sua fala, o governador afirmou: “_O verdadeiro povo brasileiro está com os senhores. Contem com os governos e com os governadores. O que nós queremos é paz para esse país_”.
Questionado sobre a nomeação de Marcelo Freixo – derrotado por Castro na disputa pelo governo do Rio – para a Embratur, em um cenário de alta relevância do Turismo para o Rio de Janeiro, o governador afirmou que não é hora de ter um “_segundo turno_” no Estado. “_Eu vejo com muita tranquilidade que agentes públicos ocupem espaço, tanto que eles tenham a nobreza de entender que a eleição acabou. Quem ganhou tem a obrigação de gerir e quem não ganhou, se assumir outras funções, que trabalhe com isenção_”, disse.
“_Temos esse entendimento de que mais pessoas do Rio de Janeiro ocupem espaços importantes para que a gente possa estar desenvolvendo cada dia mais nosso Estado_”, acrescentou.
**Judiciário**
A crise entre aliados de Bolsonaro e o Poder Judiciário inaugurou um novo capítulo na última quinta-feira (2), quando o senador Marcos do Val (Podemos-ES) denunciou um suposto plano golpista armado pelo ex-presidente e o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ). A ideia seria colocar escutas no senador para que ele gravasse o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de modo a tentar comprometê-lo e desqualificar o resultado das eleições.
Logo após o pleito, no ano passado, o PL, partido de Castro, apresentou um relatório ao STF alegando irregularidades em urnas eletrônicas usadas no segundo turno da eleição presidencial. Sem apresentar provas, a legenda queria anular os votos de 279 mil urnas.
Assim como Castro, outros participantes do evento também destacaram o papel do Supremo na conjuntura política atual. A ministra Simone Tebet, do Planejamento, que também participa da conferência neste sábado, rendeu homenagens ao ministro Alexandre de Moraes, que, segundo ela, tem sido “_rigoroso_” na punição aos extremistas que invadiram as sedes dos três Poderes no dia 8 de janeiro.
O tema da democracia também foi lembrado por empresários. O acionista de referência do Carrefour Global, Abílio Diniz, destacou a importância da estabilidade democrática para atrair o investimento privado para o País. “_O investidor pede duas coisas: segurança política e segurança jurídica_”, disse. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, avaliou que o governo atual tem comprometimento democrático e relembrou quando a federação assinou um manifesto pela democracia no ano passado.