Os dois novos ministros do governo Lula tomaram posse nesta segunda-feira (10) em cerimônia no Palácio do Planalto. Gleisi Goffman (PT) será a nova ministra das Relações Institucionais, no lugar de Alexandre Padilha (PT) e ele será o novo ministro da Saúde, no lugar de Nísia Trindade.
A cerimônia contou com a presença dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), respectivamente. Essas posses marcam o início da reforma ministerial de Lula, mas a mudança desagrada uma parte do centrão, que busca espaço no Governo Federal.
Em seu primeiro discurso, Padilha reforçou que irá extinguir com o tempo de espera das filas do SUS, principalmente para pessoas que necessitam de atendimento especializado, que é um dos focos de Lula.
“Nós vamos teimar, porque é desumano, a angustia e insônia de uma família inteira que aguarda para conseguir fazer uma biopsia, já que a prioridade do diagnóstico é decisiva para a chance de cura do câncer”, disse
Além disso, destacou a necessidade de revisar a remuneração dos profissionais da saúde para garantir médicos e enfermeiros “Mais focados na qualidade do que na quantidade”.
Gleisi afirmou que o mandato dela “chega para somar” e fez referência ao ministro Fernando Haddad (PT), a quem fez duras críticas enquanto era presidente do PT.
“Foi essa missão que recebi e pretendo cumprir. Um governo de ampla coalizão, dialogando com as forças políticas do Congresso e com as expressões da sociedade, suas organizações e movimentos. Chego para colaborar com todos os ministros e ministras, que coordenam suas respectivas áreas, respeitando os espaços e competências de cada um e cada uma, sob a liderança do presidente Lula. Tenho plena consciência do meu papel, que é da articulação política. Eu estarei aqui, ministro Fernando Haddad, para ajudar na consolidação das pautas econômicas desse governo, as pautas que você conduz e que estão colocando novamente o Brasil na rota do emprego, do crescimento e da renda”, afirmou.
Ela também agradeceu o ministro Alexandre de Moraes pela sua posição na defesa à democracia: “Quero aqui reconhecer o papel do ministro Alexandre de Moraes, na defesa da democracia, e, agora, da soberania nacional. Respeitamos e temos relação com todos, mas o Brasil é dos brasileiros e das brasileiras”, disse.
Nísia Trindade
A ex-ministra em sua última fala como a responsável pela pasta criticou campanhas que sofreu durante a sua gestão: “Não posso esquecer que, durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade. Não é possível e acho que não devemos aceitar como natural comportamento político desta natureza. Podemos e devemos construir uma nova política, baseada efetivamente no respeito, e destaco o respeito a nós, mulheres, e no diálogo em torno de propostas para melhorar a vida de nossa população”, afirmou.