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Aleitamento materno: um ato de amor que pode ter barreiras superadas

O aleitamento materno pode ser traduzido como um ato único e especial na vida das mães e seus filhos no início da vida. Além de favorecer o vínculo afetivo, é fundamental para a saúde de ambos. Em meio a essa fase da vida, é normal o surgimento de muitas dúvidas e de dificuldades que podem ser superadas.  A dica é da pediatra que atua em políticas de aleitamento, Miriam Santos, durante o Agosto Dourado, mês que chama a atenção para o tema.

 

Pediatra Miriam Santos. (Foto: Breno Esaki – Agência Saúde)

 

Segundo ela, as principais dificuldades enfrentadas pelas mães são as fissuras mamárias e o engolgitamento mamário. A primeira causa lesões no tecido do mamilo que geram dor, crostas, inchaço e sangramento; enquanto a segunda trata-se do excesso de leite das mamas, gerando “empedramento do seio”, dor e dificuldade no aleitamento. 

 

“A fissura mamária, em geral, acontece por pega incorreta do bebê. Já o engolgitamento mamário pode surgir entre três ou quatro dias após o parto ou, em outras ocasiões, quando o bebê não suga o leite de forma correta. Nesses casos, a mãe deve procurar ajuda de um profissional de saúde para aprender a fazer extração do leite, esvaziar a mama e também para que o bebê faça a pega correta”, disse a médica, ao descrever que a pega correta é quando os lábios do bebê encobrem a aureola da mãe, de modo que o nariz fique livre para não dificultar a respiração.

 

A médica explica que a criança que é amamentada tem menos risco de ter doenças como diarreia e pneumonia. Além disso, no futuro, tem menos risco de desenvolver diabetes, hipertensão e obesidade. “Para melhorar a saúde no futuro, a gente tem que melhorar a saúde das crianças desde o início da vida com a amamentação. Para as mães, existem várias vantagens em realizar a amamentação, como menor risco de anemia pós-parto e de desenvolver câncer de mama e de ovário.  A amamentação também ajuda a mãe a voltar mais facilmente ao peso corporal prévio estacional.”, ressaltou Miriam Santos.  

 

A médica explica que é de extrema importância estabelecer uma rede de apoio para a mãe que tenha o envolvimento do parceiro, familiares, amigos e colegas de trabalho. Isso porque ter um apoio favorece que o aleitamento seja feito de forma exclusiva até os seis meses de vida e a continuidade até os dois anos ou mais. 

 

Também é fundamental que os familiares procurem informação sobre o processo de amamentação em fontes seguras, como o Ministério da Saúde, para que não sobrecarreguem a mulher com mitos como a mãe ter leite fraco e que o bebê chora porque tem fome. Muitas vezes, ele pode chorar por ter sono, dor frio ou calor, e interrompe o choro quando a mãe coloca ele no seio, porque ele se tranquiliza.

 

Segundo ela, o primeiro leite produzido, chamado de colostro, é rico em vários nutrientes, fatores de defesa e é um excelente alimento. Às vezes, ele vem em pequeno volume, o que pode preocupar, mas o que é importante é que essa quantidade é suficiente para o bebê. “Cerca de 80 % do leite é produzido na hora que o bebê está sugando e, nos primeiros dias, a capacidade gástrica do bebê é pequena. Então, o que a mãe tem que fazer é se tranquilizar, amamentar e procurar ajuda se necessário em um banco de leite humano ou em ambulatórios de amamentação”, informa a médica. 

 

Para Vaneska Freire, 32 anos, amamentar seu primeiro filho, o Eduardo, de 11 meses, é um ato de amor verdadeiramente único, que cria uma conexão especial entre mãe e bebê. “No entanto, é importante reconhecer que, no início, pode ser um desafio e até mesmo doloroso. Durante as primeiras mamadas no hospital, enfrentei o desconforto de fissuras nos seios, o que é bastante doloroso. Felizmente, recebi orientações valiosas de profissionais de saúde, como fonoaudióloga e enfermeiras. Além disso, pude contar com o tratamento a laser para acelerar a cicatrização e, temporariamente, forneci leite ao meu bebê por meio de um copinho”, descreveu, ao contar que também buscou auxílio em uma clínica de consultoria especializada.
 

Com acompanhamento adequado, a partir do segundo mês, ela conta que as dores e as fissuras começaram a diminuir e, aos poucos, desapareceram. “Foi um alívio descobrir que a amamentação pode ser uma experiência sem dor. Hoje, o Dudu já está na fase da introdução alimentar, mas ainda mama em livre demanda. Essas consultas se mostraram essenciais para que eu não desistisse dessa jornada. Durante as sessões, a fonoaudióloga me orientou sobre o posicionamento adequado, a forma correta de ajustar a pega do bebê e o tempo ideal para as mamadas”, finalizou. 
 

Redação GPS

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