Redação GPS Nesta quarta-feira (19), o povo originário Guajajara, da aldeia Teko Haw-DF, inaugurou a primeira escola indígena da comunidade. O projeto educacional na aldeia vai proporcionar ensino para mais de 80 crianças.
A escola foi construída pelos próprios indígenas, com as técnicas tradicionais do povo, utilizando bambu, barro batido e madeira. O espaço tem uma sala de aula e um espaço que servirá como biblioteca e também para o armazenamento de materiais.
O projeto teve apoio de voluntários, que ajudaram a aldeia a arrecadar fundos e materiais para que o projeto fosse possível. Na inauguração da escola, que será aberta ao público, haverá uma exposição, venda de artesanatos produzidos pelos integrantes da aldeia, e uma apresentação cultural.
Julia Sausmikat, voluntária que coordenou as arrecadações, conta que resolveu se envolver com o projeto após perceber que as promessas feitas pelo governo não estavam sendo cumpridas, e resolveu ajudar a tribo a partir de doações de materiais e outros recursos.
“Eu fico muito feliz, é indescritível poder ver os frutos do trabalho de uma forma tão bonita, porque foi tudo muito pensado e trabalhado. E também tem um significado muito grande, porque a educação indígena precisa ser feita dentro das aldeias, correspondendo às necessidades das pessoas, e não simplesmente mandando as crianças para as escolas convencionais”, declarou.
A escola aguarda o reconhecimento da Secretaria de Educação, para que o governo federal possa fazer a regularização e a contratação de professores que saibam ensinar tanto na língua portuguesa, como na língua do povo.
Para Francisco Filho Guajajara, cacique da aldeia, a escola representa a chegada de cultura na região, com um ensino que respeite a cultura da etnia, e espera que o projeto sirva de exemplo para outros povos tomarem iniciativas parecidas.
Quem quiser participar da inauguração pode contribuir com o projeto levando 1Kg de alimento não perecível ou fazer uma doação simbólica de R$ 10 para a compra de materiais.
