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Akhi Huna: a banda brasiliense que bebe do tropicalismo ao jazz americano

Nascidos e criados em Sobradinho, os irmãos João Pedro e João Davi Mansur já passaram por turnê pelos Estados Unidos, Belo Horizonte e Rio de Janeiro

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“Meu irmão está aqui” ou em árabe ‘akhi huna é a banda brasiliense que tem dado o que falar no Brasil e fora. É formada por dois irmãos que iniciaram o projeto em 2019. O nome, em árabe, invoca as raízes libanesas dos garotos, assim como a sua história: a vontade de iniciar a banda surgiu quando ambos estavam em continentes diferentes

 

“Começamos a pensar em montar o Akhi Huna (@akhihuna) em 2019. Estávamos em continentes separados e pensamos em montar o projeto à distância. Daí que surgiu o nome, em árabe, que foi também um desejo de encurtar a distância por meio da música“, conta João Pedro, um dos irmãos que deu entrevista ao GPS|Lifetime.

 

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João Pedro e João Davi Mansur

 

O desejo se tornou realidade em 2020, com a vinda da pandemia. A partir desse ano então, os sonhos e a saudade um do outro começaram a desabrocha em canções dos álbuns “Aleluiá” (2020) e “Várzea Mini Junbo” (2021). Nessa época, os irmãos João Pedro e João Davi Mansur já estavam morarando juntos novamente e o projeto deslanchou.  

 

 

O som deles é cheio de referências brasileiras, com uma base que lembra e muito o tropicalismo de Caetano e Gil. As bases musicais, segundo eles, são Djavan, Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges, os artistas conhecidos como “Clube da Esquina”. Prince, Carlos Dafé, Cassiano, Michael Jackson e, mais recente, Frank Ocean trazem o soul, blues e jazz nas notas dos jovens do ‘akhi huna. 

 

Vale a pena conferir o som dos Joãos, primeiro porque os irmãos são muito bons, segundo porque são músicos que brincam bastante com a cultura latino-americana e estão cheios de referências em suas letras e melodias. Uma das canções mais curiosas é a “Quero Usar/Joias”, que faz referência ao jogador de futebol Neymar. “Carai, valeu Neymar. Que moleque vencedor. Carai, palmas pro Neymar”, cantam em uma das estrofes.

 

A música é uma boa explicação do processo de produção da dupla, com uma criatividade que vem ao longo da jornada e, ali, a mágica acontece. “De maneira geral, fazemos a música primeiro e, depois, a letra. Desenvolvemos a composição musical, as melodias, a produção… e, depois, pensamos na letra. A Quero Usar/Joias foi mais ou menos esse processo, começamos com o beat e a melodia foi vindo aos poucos. A primeira parte da letra foi ‘que tal vir ver quem joga?’ e o beat estava levantadinho, e daí o João Davi veio com uma parte free style”, conta.

 

 

Por serem brasileiros, a relação com a América Latina está implícita e no sangue. Ainda assim, de forma intencional, João Pedro e Davi estão sempre antenados na cultura da região, inclusive, marcando presença em shows e festivais pela região de sangue quente. Em 2022, tocaram em um festival em Medelín, na Colômbia. Para eles, foi uma valiosa experiência de intercâmbio cultural, fora o reforço entre artistas de referências latinas em comum, como o baixista Abraham Laboriel, que inclusive já tocou com Djavan. 

 

 

Música sempre presente

Os brasilienses são de Sobradinho, região administrativa de Brasília. Cresceram em meio às igrejas evangélicas, então, a música sempre esteve presente na vida deles, até por conta da cultura na qual estavam inseridos. “Aprendemos a tocar na igreja, então sempre tivemos essa proximidade musical, essa proximidade com a arte em geral”.

 

A música, portanto, sempre foi o destino dos irmãos Joãos. Por um momento pensaram em jogar futebol profissionalmente, mas logo cedo perceberam qual o caminho deveriam percorrer. João Pedro começou a trabalhar com música, por exemplo, aos 15 anos. 

 

A relação das canções dos garotos com a cidade natal, inclusive, é forte. Sobradinho aparece em diversas letras do ‘akhi huna e do início ao fim o contexto sociocultural influencia nas produções.

 

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João Pedro e João Davi Mansur pequenos

 

Gravação nos Estados Unidos

Um novo disco está chegando para somar ao repertório dos meninos. Foi gravado nos Estados Unidos, em Los Angeles, quando ‘akhi huna estava em turnê por lá. O convite veio do produtor Henrique Andrade, brasileiro que atua na América do Norte. A primeira parte do álbum foi gravada pela Record Plant Studios, que já teve a honra de gravar artistas como Frank Zappa, Jimi Hendrix e The Velvet Underground. A segunda parte, por sua vez, o ‘akhi huna terminou no Zero Neutro, estúdio em Brasília, do Natiruts. 

 

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João Pedro e João Davi Mansur

 

“A experiência foi muito boa, porque são estúdios grandes e isso nos forçou a sair da zona de conforto, já que até aquele momento tínhamos gravado tudo em casa. Nos ajudou muito a crescer profissionalmente, mas também como indivíduos”, conta João Pedro. 

 

 

Planos para o futuro

“Gostamos mesmo é de fazer discos”, destaca João Pedro sobre os planos para o futuro. 

 

A banda acabou de voltar de uma turnê que fizeram pelo Sudeste, passando por Belo Horizonte e Rio de Janeiro, mas já estão de volta a Brasília e foco e força total no próximo disco

 

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Time que esteve com os garotos de Sobradinho na turnê pelo Sudeste brasileiro

 

As composições e produções já iniciaram e a dupla de irmãos prometeram muita coisa boa com a novidade, ainda sem data de lançamento.