A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou, nesta segunda-feira (3), à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma queixa-crime contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). A medida foi tomada após uma entrevista concedida pelo parlamentar em um programa de podcast na semana passada.
De acordo com a AGU, Gayer teria associado africanos a pessoas com quociente de inteligência (QI) baixo. Durante a conversa com o apresentador, o deputado teria afirmado que a população africana não possui capacidade para viver em um regime democrático.
A AGU considera as declarações do deputado discriminatórias. O órgão afirma que “a manifestação é claramente discriminatória, pois diferencia a capacidade cognitiva de seres humanos considerando a origem africana, continente em que sabidamente a maioria da população é negra, concluindo que não teriam aptidão para compreender regime democrático“.
A responsabilidade de avaliar a notícia-crime caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras. O documento foi elaborado pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD).
Defesa
A reportagem entrou em contato com o gabinete do deputado Gustavo Gayer e aguarda retorno para obter a posição do parlamentar sobre o assunto.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Gayer afirmou que sua entrevista foi tirada de contexto e publicada na internet. O parlamentar alega que fez comentários sobre a qualidade da educação e a subnutrição no continente africano, fatores que, segundo ele, podem impactar no QI da população.
Com informações da Agência Brasil