A agência de classificação de risco Moody’s Ratings rebaixou nesta sexta-feira (16) a nota de crédito soberano dos Estados Unidos de AAA para AA1, retirando do país o último selo de confiança máxima entre as três principais agências globais. O motivo: o aumento expressivo da dívida pública e a deterioração fiscal do governo norte-americano.
Com a decisão, a Moody’s se alinha à S&P Global Ratings e à Fitch, que já haviam cortado a nota dos EUA em anos anteriores. A medida marca o fim simbólico de uma era em que os Estados Unidos eram vistos, de forma unânime, como o emissor de dívida mais seguro do mundo.
Em comunicado oficial, a Moody’s explicou que a revisão foi motivada pela piora dos indicadores fiscais e por uma perspectiva de longo prazo pouco promissora.
“Apesar de reconhecermos a força estrutural da economia americana, essas bases já não bastam para contrabalançar os crescentes desafios fiscais”, afirmou a agência.
A deterioração do quadro fiscal não é nova. Em 2022, a Moody’s já havia alterado a perspectiva da nota para negativa. Agora, com o rebaixamento, a perspectiva passa a ser estável, o que indica que novos cortes não são esperados no curto prazo, mas que o alerta permanece ligado.
A agência também demonstrou preocupação com a capacidade do governo federal de lidar com o crescimento contínuo da dívida. O comunicado adota um tom cauteloso ao mencionar os riscos políticos e a dificuldade de se chegar a consensos sobre medidas de responsabilidade fiscal, especialmente após os anos de expansão orçamentária sob a gestão do presidente Donald Trump.
Apesar da mudança, os Estados Unidos continuam sendo uma das economias mais robustas do mundo e ainda possuem uma das notas de crédito mais altas do mercado. No entanto, o novo posicionamento das agências de risco lança dúvidas sobre a trajetória fiscal do país em meio a juros altos, envelhecimento populacional e um Congresso polarizado.