Viajar pode ser motivo de muita animação, mas, para alguns, vem acompanhado de muita aflição. A aerofobia, nome dado ao medo intenso e irracional de avião, pode se intensificar ainda mais com os diversos acidentes no Brasil e no mundo que vêm acontecendo recentemente.
A Universidade de Harvard divulgou um estudo mostrando que um em cada 1,2 milhão de voos pode sofrer um acidente, mas, apesar disso, 65% dos brasileiros convive com a fobia, segundo uma pesquisa do Instituto Real Time Big Data. Esse medo gera ansiedade e, consequentemente, sintomas físicos, cognitivos e comportamentais, e que leva a crises de pânico e até a desistência de viagens mais longas.
Em conversa com o GPS|Brasília, Luiza Monteiro, psicóloga clínica e especialista em ansiedade, explica que a aerofobia pode apresentar níveis.
“ No caso do medo mais leve, geralmente se diz respeito a uma ansiedade mais controlável antes e durante o voo, mas que não traz nenhum tipo de prejuízo para a rotina. Tem também um nível moderado, que já tem sintomas mais intensos e que pode pedir por algumas estratégias, como o uso de medicação. No nível mais forte, a pessoa evite totalmente voos, já que ela sofre só de pensar na viagem”, explica Luiza.
Para alguns indivíduos com esse quadro, a turbulência torna-se um gatilho, por apresentar sinal de perigo. “A aerofobia também pode se relacionar com questões mais específicas, como pela falta de controle, pela sensação de claustrofobia e até pelo medo de passar mal, de ter alguma crise de ansiedade ou alguma sensação muito ruim”, esclarece a psicóloga.
O ponto chave para lidar com essa condição é entender que trata-se de um medo intenso que provoca ansiedade. Então, no fim, é necessário aprender formas de lidar com a ansiedade em si.
Luiza Monteiro separou algumas dicas de como viver com o medo de avião. Confira:
- Procurar por mais conhecimento sobre a segurança do voo, entender que, apesar de ainda ter alguns acidentes, assim como também tem dentro do território terrestre, a aviação não é um dos meios de transportes mais seguros hoje em dia;
- Técnicas de respiração e relaxamento, com foco no momento presente. Isso faz com que a gente traga mais a nossa mente para o momento atual;
- Ter distrações durante a viagem, como ouvir músicas, assistir a séries e filmes, ler um livro e, se possível, conversar com alguém;
- Diminuir possíveis gatilhos. Se você percebe que quando consome café, por exemplo, fica mais ansioso, no dia do voo seria interessante consumir menos ou até não consumir.