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Adriana Nasser: Com tantos vinhos, por que quase só tomamos Malbec e Cabernet Sauvignon?

Que o brasileiro é um fã assumido da uva Malbec, não há dúvida. Mas você já arriscou provar outras castas?

Embora não haja dados oficiais sobre quais as uvas mais consumidas no Brasil, sabemos que Cabernet Sauvignon e Malbec são os vinhos queridinhos dos brasileiros.

Segundo a CNN, essas duas variedades, juntamente com a Merlot, representam 89% dos vinhos consumidos pelos brasileiros. O dado parece bastante inflado, mas é certo que cerca de 50% dos vinhos vendidos no Brasil provêm de Chile e Argentina, países onde dominam Cabernet Sauvignon e Malbec.

Há algumas razões para isso. Uma delas é que esses rótulos chegam ao mercado brasileiro com um excelente custo-benefício. Sem contar que, hoje, ao lado dos Malbecs argentinos “clássicos” – encorpados, amadeirados e frutados – têm surgidos Malbecs mais modernos, com menos madeira, mais aromas originais da fruta, corpo e teor alcóolico mais leves.

O Chile também vem elevando a cada safra a qualidade de suas bebidas apostando em vinhos de terroir, isto é, que exaltam as características das regiões onde são produzidos, como as vinícolas Caliterra e Tabali, para citar duas empresas premiadas.

Foto: Cortesia

Segundo a renomada crítica britânica Jancis Robinson, existem cerca de 10 mil uvas no mundo. Em seu livro Wine Grapes, uma verdadeira Bíblia do setor, ela catalogou 1.368 uvas.

A Itália é o país com mais cepas catalogadas pela especialista (377), seguido por França (204), Espanha (84), Grécia e Portugal com 77 cada. Ou seja, há muita uva para experimentar, conhecer e se apaixonar.

Dar uma variada e comprar rótulos que não conhecemos, pode não ser tão fácil. Afinal ninguém gosta de gastar dinheiro com alguma bebida que, eventualmente, pode decepcionar.

A boa notícia é que hoje é cada vez mais fácil encontrar boas garrafas no mercado. A evolução das técnicas enológicas e o conhecimento científico transformaram até vinhos mais simples em bebidas muito agradáveis. É por isso que estamos vivendo a época de ouro do vinho, em que nunca tivemos acesso a rótulos tão bons por preços tão atrativos.

Fora que existem formas para fazer a transição para outras uvas, sem correr o risco de frustrações. Por exemplo, é possível escolher cepas que possuem características comuns com as que já conhecemos e apreciamos. Se você ama Pinot Noir, a portuguesa Baga com certeza será uma bela surpresa.

Assim como a branca portuguesa Encruzado que produz vinhos de alta qualidade, estrutura e com potencial de envelhecimento que lembram os grandes brancos da Borgonha. E ainda saem por uma fração dos preços dos rótulos franceses.

O vinho é também uma forma de viajar pelo mundo sem sair de casa. Você pode desbravar o pouco conhecido Abruzzo, região do centro da Itália, ao degustar goles de Montepulciano d’Abruzzo ou da Alemanha ao tomar os fantásticos brancos elaborados com a uva Riesling.

Não se engane: hoje em dia não é mais preciso gastar muito para tomar vinhos europeus. A linha italiana Corbelli, por exemplo, tem preços muito acessíveis. Assim como a alemã Oscar Haussmann com seus belos rótulos.

Foto: Cortesia

Por nossa sorte, não faltam opções para todos os bolsos e gostos muito além da Cabernet Sauvignon e Malbec!

 

Fonte: Porto a Porto

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