Embora não haja dados oficiais sobre quais as uvas mais consumidas no Brasil, sabemos que Cabernet Sauvignon e Malbec são os vinhos queridinhos dos brasileiros.
Segundo a CNN, essas duas variedades, juntamente com a Merlot, representam 89% dos vinhos consumidos pelos brasileiros. O dado parece bastante inflado, mas é certo que cerca de 50% dos vinhos vendidos no Brasil provêm de Chile e Argentina, países onde dominam Cabernet Sauvignon e Malbec.
Há algumas razões para isso. Uma delas é que esses rótulos chegam ao mercado brasileiro com um excelente custo-benefício. Sem contar que, hoje, ao lado dos Malbecs argentinos “clássicos” – encorpados, amadeirados e frutados – têm surgidos Malbecs mais modernos, com menos madeira, mais aromas originais da fruta, corpo e teor alcóolico mais leves.
O Chile também vem elevando a cada safra a qualidade de suas bebidas apostando em vinhos de terroir, isto é, que exaltam as características das regiões onde são produzidos, como as vinícolas Caliterra e Tabali, para citar duas empresas premiadas.
Segundo a renomada crítica britânica Jancis Robinson, existem cerca de 10 mil uvas no mundo. Em seu livro Wine Grapes, uma verdadeira Bíblia do setor, ela catalogou 1.368 uvas.
A Itália é o país com mais cepas catalogadas pela especialista (377), seguido por França (204), Espanha (84), Grécia e Portugal com 77 cada. Ou seja, há muita uva para experimentar, conhecer e se apaixonar.
Dar uma variada e comprar rótulos que não conhecemos, pode não ser tão fácil. Afinal ninguém gosta de gastar dinheiro com alguma bebida que, eventualmente, pode decepcionar.
A boa notícia é que hoje é cada vez mais fácil encontrar boas garrafas no mercado. A evolução das técnicas enológicas e o conhecimento científico transformaram até vinhos mais simples em bebidas muito agradáveis. É por isso que estamos vivendo a época de ouro do vinho, em que nunca tivemos acesso a rótulos tão bons por preços tão atrativos.
Fora que existem formas para fazer a transição para outras uvas, sem correr o risco de frustrações. Por exemplo, é possível escolher cepas que possuem características comuns com as que já conhecemos e apreciamos. Se você ama Pinot Noir, a portuguesa Baga com certeza será uma bela surpresa.
Assim como a branca portuguesa Encruzado que produz vinhos de alta qualidade, estrutura e com potencial de envelhecimento que lembram os grandes brancos da Borgonha. E ainda saem por uma fração dos preços dos rótulos franceses.
O vinho é também uma forma de viajar pelo mundo sem sair de casa. Você pode desbravar o pouco conhecido Abruzzo, região do centro da Itália, ao degustar goles de Montepulciano d’Abruzzo ou da Alemanha ao tomar os fantásticos brancos elaborados com a uva Riesling.
Não se engane: hoje em dia não é mais preciso gastar muito para tomar vinhos europeus. A linha italiana Corbelli, por exemplo, tem preços muito acessíveis. Assim como a alemã Oscar Haussmann com seus belos rótulos.
Por nossa sorte, não faltam opções para todos os bolsos e gostos muito além da Cabernet Sauvignon e Malbec!
Fonte: Porto a Porto