De pelos acinzentados e olhos cor de mel, o gato Chuva brinca em meio a torres feitas de cordas, fontes de água, bolinhas e mais brinquedos próprios para pets. Só interrompe a diversão para ganhar um cafuné do tutor. Esse momento, entretanto, era bem diferente há alguns anos, quando o animal de comportamento dócil e jeito brincalhão fazia parte de uma triste estatística no Brasil, já que vivia nas ruas.
Em solo nacional, há mais de 30 milhões de animais abandonados, segundo pesquisa recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), compartilhada pela Agência de Notícias de Direitos dos Animais (ANDA). Desde a infância, o fotógrafo brasiliense Bruno Cavalcanti, de 24 anos, colabora com abrigos que acolhem esses animais.

Fotos: cortesia
Como ele, muitos brasileiros têm optado por adotar em vez de comprar um pet. Não apenas por uma questão econômica, mas por ideais e valores. “Adoção é um gesto de amor”, define Cavalcanti.
Da mesma forma, a arquiteta Laísa Melo, 34 anos, mantém um olhar afetuoso com tudo que há ao seu redor, incluindo bichinhos sem amparo social. Mel, a cadelinha adotada por ela, mudou sua vida por completo. “Quando a encontrei na rua, suja e machucada, achei que fosse ajudar só a cadelinha, mas a Mel trouxe alegria para toda a família”, conta.

Foto: cortesia
População de animais de estimação no Brasil em 2024
A advogada Ana Paula de Vasconcelos, de 41 anos, se deparou com a causa em 2011, quando decidiu agir. Primeiro na esfera pessoal e depois na profissional. Desde então, dedica-se a atuar em prol de animais em situação de vulnerabilidade. Atualmente, é vice-presidente da Comissão de Direito dos Animais e Ambientais da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB de Taguatinga. “Vi que poderia colaborar com a minha profissão. Então, acompanho os processos, participo das audiências e busco punição aos agressores”, explica.
“Adotar é a mais pura troca de amor. É gratificante ver a transformação do olhar de um animal que, aos poucos, passa a confiar em você. Os animais adotados são únicos. Jamais saberemos o passado, mas eles são tão maravilhosos que conseguem esquecer e confiar novamente no ser humano”, pondera.