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Acusada de golpe milionário, Patricia Lélis é procurada pelo FBI nos EUA

Um  júri federal dos Estados Unidos retomou uma acusação, divulgada na semana passada, contra uma brasileira que teria se passado falsamente por advogada de imigração e fraudar seus clientes em aproximadamente US$ 700 mil, o equivalente a cerca de R$ 3,5 milhões.

De acordo como gabinete de Jessica D. Aber, procuradoria dos EUA no Distrito Leste da Virgínia, Patricia de Oliveira Souza Lélis Bolin, 29 anos, residente em Arlington, teria se passado por uma advogada de imigração para ajudar clientes estrangeiros a obter vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos.

Segundo as regras atuais, o programa EB-5 proporciona residência permanente legal e possível cidadania, se um cidadão estrangeiro investir fundos substanciais – normalmente, um mínimo de 1 milhão de dólares – em empresas qualificadas que criam empregos nos Estados Unidos.

De acordo com a acusação, em 22 de setembro de 2021, Patricia Lélis teria enviado um acordo de retenção legal a uma vítima para obter ajuda na obtenção de vistos EB-5 para os pais de um interessado. A vítima fez dois pagamentos iniciais totalizando mais de US$ 135 mil com base na declaração de Patricia Lélis de que o dinheiro teria ido para um projeto de desenvolvimento imobiliário no Texas que se qualificava para o programa EB-5.

Em vez disso, o dinheiro da vítima teria ido para a conta bancária pessoal de Patricia Lélis Bolin. Em vez de investir o dinheiro conforme prometido, Lélis supostamente o usou para pagar a entrada de sua casa em Arlington, reformas de banheiros e pagar outras despesas pessoais, como dívidas de cartão de crédito.

Falsidade

De acordo com a acusação, para encobrir o esquema e obter mais dinheiro, Lélis Bolin alegadamente forneceu à vítima um falso processo no tribunal distrital dos EUA, alegando um número de processo falso que a mostrava como advogada do litígio. Só que Lélis não é uma advogada lregistrada. Ela também é acusada de ter falsificado formulários de imigração dos EUA, forjado múltiplas assinaturas e criado recibos falsos do projeto de investimento do Texas, todos os quais ela enviou por e-mail para uma vítima.

De acordo com a acusação, Patricia Lélis também supostamente criou falsos  perfis associados ao fundo de investimento do Texas e enviou e-mails desses indivíduos para tentar obter ainda mais dinheiro. A acusação alega que ela convenceu amigos a se passarem por funcionários desse fundo em ligações e videochamadas para uma vítima. Quando a vítima finalmente se recusou a enviar-lhe mais dinheiro, Patricia Lélis teria, supostamente, ameaçado os pais da envolvida com a remoção dos Estados Unidos e depois os encaminharia para uma agência de cobrança.

Lélis é acusada de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e agravado por roubo de identidade, estelionato. Patricia Lélis enfrenta uma pena máxima de 20 anos de prisão se for condenada por envolvimento em fraude eletrônica, um máximo de 10 anos se for condenada por transações monetárias ilegais e um mínimo obrigatório de dois anos adicionais de prisão se for condenada por roubo de identidade agravado. As sentenças reais para crimes federais são normalmente inferiores às penas máximas. Um juiz do tribunal distrital federal determinará qualquer sentença após levar em conta as Diretrizes de Penas dos EUA e outros fatores legais.

No momento da publicação da nota, na semana passada, Patricia Lélis não se encontrava sob custódia policial. As autoridades pedem ajudas dos norte-americanos para encontrar o paradeiro da imigrante brasileira. 

Veja o documento de acusação contra a brasileira

“Mitomaníaca”

Em 2016, segundo o Portal Metrópoles, a Polícia Civil de São Paulo revelou, baseada em laudo de psicóloga, que Patrícia Lelis, com então 22 anos, seria “mitomaníaca”. Ou seja, sofre de um transtorno de personalidade que faz com que a pessoa minta compulsivamente. O relatório surgiu após a então estudante de jornalismo acusar o deputado federal Marcos Feliciano (PL-SP) de tentativa de estupro. O caso foi arquivado.

O outro lado

Pelas suas redes sociais, a jornalista confirmou que o FBI está à procura dela, porém deixou claro em sua publicação que ela não está “se escondendo”: “Já sabem exatamente onde estou como exilada politica. Foram meses de perseguições e falsas acusações. Meu suposto crime: Não aceitei que me fizessem de bode expiatório”, escreveu.

 

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