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“A violência não escolhe classe e não tem endereço”, diz Marcela Passamani

Ao GPS|Brasília, a secretária de Justiça abordou os desafios e o legado que quer deixar para o DF
Marcela Passamani
Marcela Passamani | Foto: Alquinia Vídeos

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Na rotina da atual secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, as habilidades se somam a uma trajetória marcada por diversas experiências e desafios. Da advocacia à arquitetura, dois dos diplomas de graduação conquistados até agora, a titular do primeiro escalão do Governo do Distrito Federal (GDF) disse carregar consigo um repertório diversificado e que influencia diretamente na atuação à frente de uma das principais pastas, talvez uma das mais densas do Executivo local.

“Na verdade, eu sou uma pessoa que me permite ter várias experiências na vida. Inclusive, nas horas vagas, eu toco violão e canto. Gosto de habilidades que se somam. Comecei a trabalhar como decoradora após a faculdade de Direito, em busca de algo mais leve e que trouxesse alegria para o meu dia a dia”, revelou.

Durante entrevista ao GPS|Brasília, Marcela destacou a importância da versatilidade para obter bons resultados na carreira profissional, especialmente onde atua nos dias de hoje, como titular da Secretaria de Justiça e Cidadania.

“Todas as vezes em que se faz uma reforma na unidade socioeducativa, construção de conselho tutelar ou projetos mais próximos dos cidadãos, por exemplo, eu estou envolvida. Todo o layout de estruturação passa por mim”, destacou ela sobre a mais recente formação.

Esposa do chefe da Casa Civil do GDF, o secretário Gustavo Rocha, Marcella Passamani revelou não ter enfrentado resistências ao ingressar no governo, mas admitiu ter percebido olhares curiosos dentro do Palácio do Buriti ao ser confirmada na equipe governamental.

“Gustavo é uma pessoa extremamente capaz, muito competente e com uma vasta experiência. Como ele tem muitas características que o colocam numa situação de destaque profissionalmente, com certeza haveria uma curiosidade sobre a esposa dele. Até porque eu não tinha sido gestora antes, nunca tinha estado em governos, em especial no GDF. Então, no começo, havia uma curiosidade, mas ela logo se transpôs a um reconhecimento de uma mulher capaz de poder estar à frente de um órgão público. Hoje eu falo com muito orgulho dessa parceria e desse casamento que nós temos”.

Assista ao vídeo:

 

Visibilidade e pertencimento

Durante a entrevista, a secretária ressaltou a importância de se conhecer a realidade dos brasilienses, especialmente daqueles que vivem em regiões mais afastadas do Plano Piloto, as mais carentes. A proximidade com a população necessitada e a escuta ativa das demandas são essenciais, segundo ela, para garantir uma política pública efetiva e inclusiva.

“Minha principal preocupação é conseguir entregar o melhor serviço para a população do Distrito Federal. É fundamental conhecer a realidade de cada pessoa que mora aqui e trazer isso para as políticas públicas, proporcionando o pertencimento a essa cidade que é de todos nós”, disse.

Sobre compor a equipe do GDF, Marcela ressaltou a responsabilidade de integrar uma equipe com mulheres no comando de algumas das principais pastas do governo local, como Educação, Saúde, a própria Sejus, além da presença da vice-governadora Celina Leão (PP) na segunda cadeira mais importante do Palácio do Buriti.

Segundo Passamani, a busca pelo protagonismo feminino reflete o compromisso do governo de Ibaneis Rocha (MDB) em reconhecer a luta pela igualdade de gênero e, ainda, valorizar a atuação de mulheres qualificadas em cargos de chefia na esfera do Poder Público.

“A presença de mulheres em cargos de liderança é muito importante e traz consigo uma responsabilidade e um reconhecimento que inspiram outras de nós a também ocuparem esses espaços”.

Além das ações voltadas à Justiça e Cidadania, Marcela destacou a importância de iniciativas como a ação “Enquanto o Frio Não Vem”, que mobiliza a confecção e o estímulo para a doação de agasalhos, com o objetivo de promover a ressocialização de mulheres em conflito com a lei, sentenciadas a cumprir penas em presídios do Distrito Federal.

O programa arrecada linhas de lã, fios de algodão e retalhos para que as apenadas possam fabricar agasalhos e mantas, com as próprias mãos, para serem doados à campanha liderada anualmente pela primeira-dama do DF, Mayara Noronha Rocha, como forma de auxiliar na redução da sentença judicial. 

“A gente simplesmente se antecipou, abrindo um espaço para o nosso programa do voluntariado dentro da Secretaria de Justiça, que trabalha com a iniciativa privada, a sociedade civil e o governo”, disse (veja como ajudar abaixo).

Da mesma forma, os “amarelinhos”, apelido carinhoso dado pela secretária à equipe da Sejus-DF, estão em praticamente todos os eventos de entretenimento e de lazer da capital federal, reverberando a campanha “É direito delas dizer não”. O projeto visa levar a mensagem contra o assédio e a importunação sexual em shows e agendas com grande público de Brasília e região.

Segundo ela, a investida governamental já ocorreu durante o Carnaval, no Na Praia Festival e, mais recentemente, no show do Alok, realizado dentro da programação do aniversário de Brasília.

“A gente está dialogando com todo mundo para que possamos levar esse protocolo e poder, com nosso apoio de psicólogos e assistentes sociais, cuidar e atender essas mulheres. Mais do que nunca, é certo que a violência não escolhe classe social, não tem endereço. Ela simplesmente acontece”.

Por meio do programa de voluntariado do governo local, coordenado pela Secretaria de Justiça, conforme pontuou, a comunidade pode se engajar em ações sociais e profissionais que visam impactar de forma positiva na vida dos brasilienses, especialmente daqueles mais necessitados, seja pela acolhida ou mesmo pela experiência acadêmica que é colocada à disposição do projeto.

O apoio dos voluntários, que já somam cerca de 30 mil em todo o Distrito Federal, é essencial para a implementação de projetos e iniciativas que auxiliem na inclusão social da população mais vulnerável.

Conforme reforçou Passamani, a ideia é fazer com que a sociedade reconheça, oficialmente, a iniciativa não remunerada do participante, seja com benefícios ou até mesmo como forma de desempate numa seleção de emprego. 

“O voluntariado é uma forma de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. A cada gesto de solidariedade, estamos fortalecendo os laços comunitários e promovendo a inclusão social”, finalizou.

Participe:

  • Campanha “Enquanto o frio não vem”

Os materiais podem ser doados em unidades dos supermercados Big Box, Ultrabox, Dia a Dia, além do Armarinho Milano e vários postos de gasolina da Rede Gasol.

  • Campanha do Voluntariado

Os interessados podem ligar para o número (61) 98314-0520 ou pelo site do programa.