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A um mês dos jogos da BJK Cup em Brasília, saiba quem foi Billie Jean King

Dentro de um mês, a bola amarela e as raquetes vão tomar conta da área externa da Arena BRB com a disputa entre Brasil e Coreia do Sul pelos playoffs da Billie Jean King Cup, antiga Fed Cup. Quem vencer segue na disputa do grupo mundial. Desde 1998, uma etapa do torneio mundial feminino não era disputada em Brasília – à época, a disputa foi na hoje extinta Academia de Tênis de Brasília.

A equipe brasileira já foi definida pela capitã Roberta Burzagli, que chamou Beatriz Haddad Maia, Laura Pigossi, Luisa Stefani, Carolina Meligeni e Ingrid Martins. Assim, o Time Brasil BRB encara as sul-coreanas com força máxima. Os jogos serão nos dias 10 e 11 de novembro, em quadra de saibro especialmente montada para a disputa.

Beatriz Haddad Maia

Beatriz Haddad Maia é um dos destaques do Brasil para os jogos contra as coreanas, em Brasília. Foto: Divulgação/CBT

A competição feminina é similar à Copa Davis e, desde o ano 2020, leva o nome da lendária tenista norte-americana. As novas gerações podem até não se lembrar, mas a californiana marcou época nas quadras do mundo inteiro, não apenas pelas suas dezenas de títulos, mas principalmente por sua luta pelas premiações iguais entre homens e mulheres.

Somente pela então Fed Cup, Billie Jean King acumula 11 títulos, sendo seis como jogadora (1963, 1966, 1967, 1977, 1978 e 1979), um como jogadora-capitã (1976) e outros três apenas a posição de capitã (1996, 1999, 2000). A lenda do tênis americano tem 52 vitórias, sendo 26 em simples e 26 em duplas, e apenas quatro derrotas nas quadras, apenas uma delas em duplas.

Nascida Billie Jean Moffitt em 22 de novembro de 1943, em Long Beach, ela é de uma família de desportistas. O pai, Bill, era bom de basquete. A mãe, Betty, exímia nadadora. E o irmão mais novo, Randy, foi arremessador da Major League Baseball (MLB) entre 1972 e 1983. Assim, ela passou pelo basquete e pelo softball (o beisebol feminino), mas, aos 11 anos, conheceu e se apaixonou pelo tênis.

Comprou sua primeira raquete com o dinheiro que ganhou com pequenos trabalhos e passou a jogar em quadras públicas de Long Beach, com o sonho de ser a número 1 do mundo. Veloz, com subidas constantes à rede e com um backhand mortal, ela evoluiu rapidamente, Com apenas 15 anos, fez sua estreia em um Grand Slam, o dos EUA, em 1959. Dois anos depois, ainda amadora, ganhou as duplas femininas em Wimbledon, com Karen Hantze.

Após se casar com Larry King, em 1965, aos 22 anos, adotou o sobrenome do hoje ex-marido. Com sua primeira vitória importante de simples em Wimbledon, em 1966, confirmou as expectativas em torno do seu nome. E, a partir de 1967, começou a ganhar torneios de Grand Slam em sequência.

No Aberto dos Estados Unidos, foram quatro títulos de simples (1967, 1971, 1972 e 1974), cinco de duplas femininas (1964, 1967, 1974, 1978 e 1980) e quatro de duplas mistas (1967, 1971, 1973 e 1976). Teve o mesmo desempenho em Wimbledon, com quatro campeonatos de simples, (1967, 1971, 1972 e 1974), cinco de duplas femininas (1964, 1967, 1974, 1978 e 1980) e quatro de duplas mistas (1967, 1971, 1973 e 1976)

Versátil nas quadras, no saibro de Roland Garros venceu um campeonato de simples (1972), um de duplas femininas (também em 1972) e dois de duplas mistas (1967 e 1970). Para fechar os torneios de Grand Slam, teve duas conquistas no Aberto da Austrália, ambas em 1968: o torneio de simples e o de duplas mistas (1968).

Ao todo, ela conquistou 129 títulos de simples, sendo 62 como amadora e 67 como profissional e foi a número 1 do mundo entre 1966 e 68, entre 1971 e 72 e em 1974. Na Fed Cup, disputou nove finais, vencendo sete – só Chris Evert, com oito, tem mais títulos que ela. E ficou 30 partidas sem perder pela competição que hoje leva seu nome.

Fora das quadras, notabilizou-se pela defesa da igualdade de direitos, tanto no esporte quanto fora dele. Formou um circuito paralelo de tênis, o Virginia Slims Tour, que mais tarde se tornou a Women’s Tennis Association (WTA). Em 1973, ameaçou boicotar o US Open por conta da diferença de premiação entre homens e mulheres. E venceu a batalha – este ano, o US Open celebrou os 50 anos de igualdade do valor pago a homens e mulheres.

No mesmo ano, a ganhou a chamada “Batalha dos Sexos”, derrotando o também californiano Bobby Riggs, campeão de Wimbledon e do US Open em 1939, por 6/4, 6/3 e 6/3, no Houston Astrodome, em um momento simbólico para o momento que o tênis vivia.

Uma das primeiras atletas no mundo a revelar a sua homossexualidade, após separar-se de seu ex-marido, ela tornou-se uma defensora dos direitos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros, como era grafado à época), foi cofundadora do circuito misto World TeamTennis e fundadora da Women’s Sports Foundation, que proporciona acesso ao esporte para jovens mulheres. Em 2014, abraçou a causa da liderança diversificada e inclusiva na força de trabalho, fundando a Billie Jean King Leadership Initiative.

Com todo este cartel de vitórias e ativismo, em 2019, ela foi nomeada Embaixadora Global da Fed Cup. No ano seguinte, em 17 de setembro, a competição foi renomeada em sua homenagem, para Billie Jean King Cup. Nada mais justo. (Com informações de www.billiejeankingcup.com)

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