As pessoas **compartilham** cada vez mais informações nutricionais nas mídias sociais. Infelizmente, muito do que se passa no _feed_ de notícias é completamente **impreciso**. Por exemplo: não, a **margarina** não foi originalmente inventada como um alimento para engordar perus, e não, não os matou.
Esse tipo de informação (ou seria desinformação?) gera **preocupações desnecessárias**. Há muitas informações sem fundamentos científicos transmitidas no meio virtual, as chamadas _”Fake News”_, ou notícias falsas, e não apenas sobre nutrição. E é aí que a presença do profissional toma **relevância**: além de portarem a formação adequada para tratar sobre alimentação, também têm condições de _checar os fatos_ criticamente.
Em um mundo de **celebridades de TV** e **mídias sociais** dando conselhos sobre saúde e nutrição, como saber se o que eles dizem é verdade? Faço aqui algumas considerações:
**- 1- Questione tudo aquilo que parece bom demais para ser verdade:** Desconfie de pessoas dizendo que um produto ou alimento pode _mudar completamente sua vida-. Se eles disserem que isso pode prevenir ou curar muitos tipos de doenças, é mais provável que não seja verdade. A alimentação e nutrição ajudam o corpo a permanecer **forte e saudável**, entretanto, precisamos de mais de um alimento ou produto para nos mantermos integralmente saudáveis. Comer uma ampla variedade de frutas, legumes, grãos integrais, laticínios e proteína magra é importante para oferecer ao organismo os nutrientes que necessita. Se você escutar conselhos que pareçam bons demais para serem verdade, provavelmente não serão. _Nenhum alimento isoladamente o deixará 100% saudável_!
**- 2- Pondere se é uma mudança que você pode fazer a longo prazo:** Há muitos modismos alimentares que podem ajudar no _emagrecimento_. Comer uma quantidade restrita de **carboidratos** ou limitar bastante as **calorias** pode fazer você perder peso rapidamente, mas não é uma mudança _sustentável_ para o resto da vida. Além disso, pode fazer muito mais mal do que bem. Procure por mudanças positivas que sejam exequíveis e _duradouras_, como **se exercitar** por quinze a trinta minutos todos os dias ou _comer sobremesa apenas uma vez por semana_. **Concentre-se no que você pode fazer**, não no que você não pode.
**- 3- Outro ponto: é caro?** As celebridades ganham dinheiro usando sua fama para comercializar produtos. Se você assistir TV, verá muitas pessoas famosas _tentando vender algo para você_. A maioria **não estudou** nutrição e, portanto, não será a origem mais adequada de informações. Se uma pessoa está vendendo um item que é caro, provavelmente está usando isso como uma fonte de renda, ao invés de um **estilo de vida**. Desconfie do que eles dizem e questione o quanto sabem sobre o assunto.
– 4- Discuta se a informação ou produto que chegou até você ajudará a fazer uma mudança a **longo prazo** que não irá _drenar sua carteira_. Se a resposta for não, pondere se este produto realmente é bom demais para ser verdade, assim você poderá identificar uma potencial _Fake News_.
A evolução das comunicações científicas em um ambiente cada vez mais digital é uma realidade inexorável, sobretudo, em uma era _pós-verdade_, na qual a ciência da nutrição enfrenta desafios crescentes para fornecer _notícias equilibradas, precisas e confiáveis_. Uma das funções do nutricionista no ambiente virtual é identificar formas úteis de promover informações **confiáveis** que possam superar dados falsos: desinformação, opinião disfarçada de fato e outras comunicações não verdadeiras. O combate ao engano intencional exige _estratégias ousadas_ e inovadoras, sem apelar às posturas eticamente discutíveis.