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A evolução dos vinhos chilenos

Que os **brasileiros** adoram um **vinho chileno**, não é novidade. Não é à toa que o país lidera as **importações** da bebida. No _ranking_ dos vinhos importados para o Brasil, o Chile está na **liderança** absoluta há mais de dez anos. Cerca de 43% dos vinhos consumidos aqui vem de lá.

O Brasil é hoje o principal destino das **exportações** chilenas de vinhos no mundo. E não é só aqui. O vinho chileno é um dos mais **famosos** do mundo. Cerca de 70% de tudo o que eles produzem é exportado. O país, a cada ano, evolui mais na **vitivinicultura**, mas enfrentou alguns desafios até conquistar esse posto!

A história da produção dos vinhos chilenos tem origem em 1550, com a chegada dos **colonizadores** **espanhóis**, que trouxeram na bagagem a bebida e também algumas videiras. Os vinhos eram elaborados para consumo próprio e para as **missas**, sendo usado também na **evangelização** dos nativos. História bem parecida com a nossa.

![(Foto: Cortesia)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/baronesa_b4ea61de7c.jpg)

Quando o país conquistou a **independência**, em 1818, os chilenos que possuíam maior poder aquisitivo viajavam para a **França** e de lá, trouxeram novos **hábitos** que acabaram influenciando na produção de vinhos e transformando a produção da bebida em um negócio **lucrativo**.

Mas em 1863, o mundo do vinho se viu diante de uma das maiores **tragédias** de sua história: a **Filoxera**, uma **praga** que destruiu vinhedos em todo o planeta, menos no Chile. O grande lance do país é a **geografia** bastante favorável, que possui uma barreira de **proteção** natural garantida pelo Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes, que manteve os parreirais chilenos protegidos e resistentes à praga.

Uma das consequências disso tudo foi a redescoberta de uma casta que se pensava estar extinta: a **Carménère**. A variedade foi identificada em 1998, através de testes e estudos. Foi aí, que o Chile ganhou fama mundial.

Hoje, o país possui mais de 800 vinícolas e tem 80% de sua produção **sustentável**. São 18 vales produtores, o que faz do país o 8º maior produtor mundial de vinho e 4º maior exportador de vinhos.

![(Foto: Cortesia)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/chilean_vineyards1_c5559542aa.jpg)

Embora seja a mais famosa e conhecida, apenas 7,6% da plantação é de Carménère. Lá, a uva mais plantada é a **Cabernet Sauvignon** com 29,5%; seguida pela **Sauvignon Blanc** com 11,2%; **Merlot** com 8,6% e **Chardonnay** com 8,2%.

Em uma das minhas idas à São Paulo, tive a oportunidade de participar de uma **degustação** promovida pela _Wines of Chile_ com várias vinícolas **ultrapremium** do país. Foi muito interessante degustar vinhos ícones de cada uma delas e comprovar o **potencial** desses rótulos.

Começamos com o S7 Single Block, da tradicional Casa Silva. Um vinho 100% Carménère com uma proposta **moderna** para os amantes desta casta. Outro clássico foi o **Vértice** da Ventisquero, com 50% Carménère e 50% Syrah, um vinho que amadurece por 22 meses em barricas de carvalho francês. Apesar de ser da safra 2019, o vinho estava redondo, pronto para ser apreciado, mas tem um potencial de guarda, de pelo menos 15 anos.

Um dos vinhos que me chamou muito a atenção foi o **Acrux**, um ícone da vinícola Sutil. Complexo e elegante com aromas de frutos vermelhos maduros, é um _blend_ delicioso composto de Carmenère 38%, Cabernet Sauvignon 25%, Cabernet Franc 12%, Merlot 10%, Malbec 10% e Petit Verdot 5%. Uma explosão de **aromas e sabores**.

![(Foto: Cortesia)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/acrux_13c95679f4.jpg)

Outro rótulo que se destacou, na minha opinião, foi o Gê da Emiliana, é o vinho mais pontuado da vinícola. A essência mais pura do comportamento de cada casta no terroir dá origem a este blend de Syrah, Carmenere e Cabernet Sauvignon, que é intenso em aromas e sabores.

Teve ainda o badalado e famoso **Purple Angel** da Vinos Montes, um dos grandes ícones entre os vinhos chilenos e uma das maiores expressões da casta Carménère. Esse vinho delicioso, com **estrutura, densidade**, mas muita **elegância**, algo raro entre os vinhos do Novo Mundo, principalmente os mais comerciais desta casta.

Teve também o **Cerro Basalto** da Viña Koyle, uma vinícola nova, que nasceu em 2006, com a proposta de produzir vinhos de alta qualidade e posicionar a vinícola como referência em manejo **biodinâmico** e com o uso de métodos **sustentáveis** no processo de cultivo, produção e manutenção dos vinhedos.

Outros rótulos degustados foram o **Andetelmo** 2017 da Viña El Principal, um corte de Cabernet e Petit Verdot de vinhedos antigos; o badalado Caballo Loco, da Valdivieso; o Quelen da Perez Cruz, outra vinícola que eu amo; o Maquis Franco da Maquis Wine; o Le Dix de LosVascos, um vinho complexo e elegante. Finalizando a lista dos vinhos provados está a Baronesa P, da Escudo Rojo, um vinho que homenageia a grande Baronesa Philippine de Rothschild, responsável pela expansão de Baron Philippe de Rothschild no Chile com os projetos Almaviva e Escudo Rojo.

Morei no **Chile**, em Santiago, por um bom período e já voltei ao país algumas vezes. Por isso posso falar de carteirinha como é nítida essa **evolução** deles na vinicultura! _Vida longa ao Chile e seus excelentes vinhos. Salud! _

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