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Alienação parental e os imensos danos na saúde mental dos filhos

O episódio da briga familiar entre a atriz **Luana Piovani** e o surfista e influenciador **Pedro Scooby** vem ganhando vários **capítulos** nas redes sociais. Ativando discussões acaloradas sobre quem está **certo ou errado**: Luana ou Pedro?

Sem fazer qualquer juízo de valor, o tema também levanta questões relacionadas ao **bem estar dos filhos**. Tanto que, nas últimas semanas, devido a toda essa exposição na mídia, muito tem se falado sobre a **alienação parental**.

Um assunto bastante delicado que vem se intensificando ao longo dos anos e demonstra a **fragilidade** nas relações entre os pais que podem abalar diretamente a **convivência** e os **vínculos** familiares, prejudicando a **saúde mental** das crianças envolvidas. E existe até uma classificação de síndrome para o problema: a **Síndrome da Alienação Parental**.

![Foto: Freepik](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/close_up_woman_cutting_family_paper_with_scissors_3b3092c5bd.jpg)

Ela se dá quando a criança é **induzida**, mediante diferentes formas e **estratégias** de atuação, a destruir seus **laços** com um dos genitores. Mas não podemos nos esquecer que essa alienação não ocorre apenas com os pais, e é considerado crime a prática **abusiva** exercida por qualquer pessoa que tenha a **autoridade** sobre a criança.

Fato é que, essa ação **destrutiva** é uma forma de **maltrato** ou **abuso**; um **transtorno psicológico** que se caracteriza por um conjunto de **sintomas** pelos quais um dos genitores, denominado cônjuge alienador, transforma a consciência de seus filhos, com o objetivo de impedir, obstaculizar ou destruir seus vínculos com o outro genitor, denominado cônjuge alienado, sem que existam motivos reais que justifiquem essa condição.

A prática objetiva criar uma imagem **desvirtuada** em relação ao genitor ou genitora, buscando prejudicar o vínculo filial da criança.

Podemos destacar alguns pontos muito peculiares que caracterizam a alienação, como: realizar campanha de **desqualificação** da conduta no exercício da paternidade ou maternidade. Trazendo essa prática para dentro do campo psicológico, os danos para a saúde mental da vítima podem ser **irreversíveis** se não forem tratados, causando também impactos na **formação** da criança em seus aspectos intelectual, cognitivo e social.

![Foto: Freepik](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/close_up_parents_and_sad_kid_at_therapy_17a5428433.jpg)

Os problemas psicológicos e psiquiátricos também são consequências. Alguns **sintomas** podem incluir: depressão crônica, incapacidade de adaptação em ambiente psicossocial normal, transtornos de identidade e imagem, desespero, sentimento incontrolável de culpa, sentimento de isolamento, comportamento hostil, falta de organização, dupla personalidade, doenças psicossomáticas, ansiedade ou nervosismo sem razão aparente, dificuldade de adaptação em ambiente psicossocial normal, insegurança e baixa autoestima.

Porém, de uma coisa temos certeza: é importante **proteger** a criança dos **conflitos e desavenças** do casal e impedir que as situações entre os pais afetem os vínculos familiares, pois tanto a figura materna, quanto paterna, é uma das principais referências de mundo e de sociedade para os filhos. Além disso, todo esse **estresse tóxico** pode comprometer, a curto, médio ou longo prazo, o desenvolvimento sadio do indivíduo.

Por fim, essa questão é tão importante e preocupante que o que vemos por aí, são pais brigando entre si, tanto que em alguns momentos não sabem nem mais porque estão brigando, e as crianças envolvidas até o pescoço dentro dessa tempestade, servindo de objeto ou instrumento para a continuidade da briga.

O que precisa ser esclarecido é que eles nunca serão “ex” pais, podem deixar de ser um casal, mas a escolha ainda assim é deles e não da criança que precisa ser protegida e acolhida. Do contrário, crescerá repleta de **traumas e neuroses** que podem impedir o desenvolvimento correto do seu **equilíbrio mental e psíquico.**

Tudo isso serve de alerta para mostrar, o quão **nocivo** é a alienação parental para a família como um todo, além do principal malefício que é ferir o direito fundamental da criança à **convivência familiar saudável**, sendo ainda um descumprimento dos deveres decorrentes de guarda ou tutela.

![Foto: Unsplash](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/caleb_woods_VZILD_Yoqn_U_unsplash_3d91dc1ff4.jpg)

Precisamos nos **atentar** a isso e **preservar** a saúde mental da criança envolvida, afinal deve-se ter apenas uma certeza na cabeça dos genitores, sejam eles famosos ou não: o filho não é seu, e não é meu. O filho é nosso e precisa ser preservado.

_* Andrea Ladislau é psicanalista, especialista em saúde mental e comportamental_

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