O coach e influenciador digital Pablo Marçal virou alvo de um processo judicial após publicações consideradas falsas sobre a atuação das Forças Armadas e dos governos federal e estadual nas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul.
A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou uma ação judicial contra Marçal na última quarta-feira (8), devido à disseminação de informações inverídicas, as quais teriam atrapalhado a rede de solidariedade em favor da população gaúcha, conforme o órgão federal.
De acordo com a AGU, Pablo Marçal teria usado as redes sociais para afirmar que caminhões com doações estariam sendo barrados e impedidos de distribuir água, alimentos e roupas para os atingidos pelas enchentes por não terem notas fiscais. A informação foi desmentida imediatamente pelas autoridades, já que o estado de calamidade isenta tributação de doações de brasileiros.
Outra fake news propagada por Marçal, conhecido pelos exageros e relatos destoantes da realidade, foi desmentida pelo órgão. O empresário teria dito ter supostamente disponibilizado mais aeronaves do que a Força Aérea Brasileira (FAB) para o atendimento das vítimas das enchentes.
Contudo, apenas os militares contam com quatro aviões e 17 helicópteros para os resgates e operações, o que contraria a declaração do coach.
Para o ministro Paulo Pimenta, chefe Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), as fake news apenas atrapalham o momento de união entre os brasileiros.
“As Forças Armadas e equipes de resgate da Defesa Civil estão exaustas de tanta fake news. A AGU e PF devem agir para identificar os agentes criminosos e para impedir a ação organizada para prejudicar os resgates e salvamentos”, disse.
Nas redes sociais, Pablo Marçal reagiu às notícias sobre suas declarações, criticando a Globo e se referindo de forma negativa à emissora e à apresentadora do canal. Além disso, o influenciador ameaçou liderar um movimento contra o canal aberto mais assistido no País, quando prometeu unir desafetos para prejudicar o jornalismo global.
Segundo o ministro Paulo Pimenta, a disseminação de notícias falsas em momentos de crise como as enchentes no Rio Grande do Sul pode ter sérias consequências e prejudicar o trabalho das equipes de resgate e de ajuda humanitária.