Em uma iniciativa inédita, Alok dá voz, espaço e visibilidade para cultura indígena atráves do seu novo projeto: o álbum “O Futuro é Ancestral”. Evento aconteceu nesta sexta-feira (19), no Memorial dos Povos Indígenas. Com nove faixas inéditas, o trabalho integra a música e os conhecimentos ancestrais das comunidades indígenas com as batidas do DJ e produtor brasileiro mais ouvido do mundo. Alok vai apresentar todas as canções ao vivo, pela primeira vez no Brasil, no show em comemoração ao aniversário de Brasília deste sábado (20), na Esplanada dos Ministérios.
Na coletiva de imprensa o produtor estava acompanhado de Buzurã Cantos Nativos, do povo Kariri Xocó; Kelvin Mbaretê, do povo Guarani Kaiowá, um dos integrantes do grupo BRO MC’s, precursores do rap indígena; Tashka Yawanawa, líder do povo Yawanawa; Célia Xakriabá, do povo Xakriabá e deputada federal; Mapu Huni Kuin, do povo Huni Kuin; Kretã Kaingang, do povo Kaingang; e Awa Nimoendy do povo Guarani Nhandewa.
Alok e os representantes dos povos originários trabalharam em estúdio por mais de 500 horas para concluirem o projeto. ”Estou muito feliz. Foi um processo de três anos para conseguir jogar o álbum no mundo. É o projeto mais importante da minha carreira, porque ele não é sobre mim, afirmou o DJ.
“Em 2021 eu tava me perguntando para onde vai o futuro e a resposta apareceu pra mim de forma muito clara, que o futuro é ancestral. Foi quase que um chamado. Eu não sei porque, mas eu tinha a certeza que eu tinha que fazer um álbum sobre isso”, ressaltou o produtor musical.
A data de lançamento foi escolhida por ser o Dia dos Povos Indígenas, mas Alok deixa claro que essa pauta precisa de visibilidade não apenas nessa data. “Os povos indígenas não se veem na televisão como gostariam. Sempre é estereotipado, selvagem e arcaico. Eles nem tiveram a chance de contar a própria história deles. Sempre foi contada por alguém. A forma que a gente aprende na escola tem que ser revisada”, conclui.
Uma das participantes do álbum, Célia Xakriabá, de Minas Gerais, é antropóloga e foi primeira mulher indígena eleita deputada federal. Ela destacou a importancia de iniciativas como essa para alcançar cada vez mais relevância para as causas que defende. “Estamos com a luta para demarcar as terras indígenas, mas não é só essa luta. Demarcamos a internet nessa madrugada com esse lançamento e agora queremos demarcar o coração das pessoas”, disse Célia.
Já segundo Kelvin Mbaretê, do povo Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, foi um honra participar do projeto e será um honra para todos conferir o resultado final. “O Brasil vai ter o privilégio de escutar nossos cantos gravados em um cantinho da Amazônia”, falou ele que é um dos integrantes do grupo “Bro Mc’s”, precursores do rap indígena no cenário nacional.
O valor gasto na produção ficou em R$ 4 milhões e Alok ainda ofereceu moradia para os artistas indígenas durante todo o processo. Os royalties do álbum serão revertidos aos músicos indígenas.
Show com surpresas
Além da participação de todos os músicos que fizeram parte do projeto no show em comemoração ao aniversário de Brasília, Alok deu mais alguns spoilers de, até então, surpresas que estão programadas para a apresentação. “Posso falar que Nando Reis vai fazer uma participação e também que tivemos a confirmação do Hungria, cantor aqui da nossa cidade”, revelou Alok.
O show será 100% gratuito e acontece na véspera do aniversário de Brasília, às 22 horas, na Esplanada dos Ministérios. Com relação aos custos do evento, Alok não cobrou caché do GDF e, a maior parte dos gastos com a estrutura virão através de iniciativa privada.