Poucos esportes possuem a graciosidade, a beleza e o preciosismo da patinação artística. Não à toa a modalidade possui milhares de adeptos no mundo todo, inclusive em Brasília. No último fim de semana, o Distrito Federal foi palco de uma das etapas do campeonato mundial de patinação. A disputa durou onze dias e aconteceu no Iate Clube de Brasília. O GPS | Brasília esteve presente e traz todos os detalhes da competição.
O Mundial, intitulado como Artistic International Series (AIS) 2024, foi organizado pela World Skate, reunindo 15 países e 360 patinadores. Entre eles, campeões mundiais e medalhistas dos Jogos Pan-Americanos. Os atletas competiram nas seguintes modalidades: patinação livre, dança solo, dança de casais e pares.
Com dez patinadores entre os titulares da Seleção Brasileira, o Iate Clube vem enfileirando conquistas que vieram após anos de esforço para o crescimento e reconhecimento da prática esportiva. O clube é a maior referência na área dentro do DF e uma das maiores referências em todo o país e, atualmente, possui cerca de 120 alunos.
Essa foi a primeira vez que Brasília sediou o campeonato.
Saldo positivo para o Brasil
A Seleção Brasileira terminou a competição com 44 medalhas garantidas. Cinco delas ficaram com atletas brasilienses, todos do Iate. Gabriel Borja, 13 anos, foi um dos medalhistas. Ele já tinha levado o ouro no sul-americano na classe internacional cadete, dança solo e, agora, conquistou o primeiro lugar no pódio mais uma vez. “A expectativa pra esse mundial era melhorar na parte técnica e sair feliz da pista. Com a medalha não podia sair mais feliz”, comemorou.
Outro medalhista foi Lucas Benite, que tem apenas 10 anos e adquiriu gosto pela patinação durante a pandemia, com 6 anos de idade. “Em 2020 eu ficava vendo vídeos de patinação na internet, em casa, gostei e comecei a praticar”, explicou Lucas.
E como diz o ditado, a prática leva à perfeição. Lucas ganhou duas medalhas de ouro nesse mundial, uma na categoria dança solo mini e outra na categoria livre. “Foi uma sensação muito boa subir no palco”, falou entusiasmado.
As outras medalhas foram das atletas Maria Eduarda Matos e Lívia Meira, que faturaram prata e bronze, respectivamente, também em dança solo infantil.
Investimento
Melina Endy tem 23 anos, começou com seis e treina no Iate há dois anos. Para ela, o incentivo ao esporte começa com a estrutura e investimento. “Eu acho que Brasília tem se tornado uma referência, tanto com relação a estrutura como em relação aos treinadores que possuímos aqui”, ressalta.
Melina diz ainda que ter um bom local para treinar é primordial. “É muito difícil ter um ginásio dentro das medidas oficiais como esse. Sem contar que temos um rinque (pista de patinação) para treino que foi construído exclusivamente para patinação”, conclui.
O investimento particular que os atletas devem fazer para entrarem no esporte também não é pequeno. Um par de patins profissional, de bom nível, custa em torno de 6 mil reais. Já a roupa custa a partir de 3 mil reais, dependendo da quantidade pedras que a vestimenta possui.
E é claro que o tempo investido nos treinos também é algo essencial. Segundo a treinadora Tatiana Resende, a preparação dos esportistas de Brasília foi intensa desde o início do ano. “Tivemos uma preparação bem árdua pois, para classificar para o mundial, tivemos que passar pelo campeonato brasileiro, que foi no mês passado. Os atletas treinaram de segunda a sexta, sendo mais ou menos 2 horas e meia por dia de treinos bem puxados”, disse orgulhosa.
Paixão internacional
O Mundial contou com participantes da América do Sul, América do Norte e Europa. Conversamos com uma dupla da Colômbia que havia acabado de se apresentar. Paulo Henrique, 23 anos, e Anahí Saavedra, 19 anos, são um casal e já participaram de campeonatos em muitos países diferentes. “Estamos há dois anos juntos e já competimos na Argentina, México, Colômbia e Paraguai. É nossa primeira vez no Brasil e estamos gostando muito”.
Anahí começou quando tinha 13 anos de idade e disse que pretende participar de campeonatos o máximo que conseguir. “Eu costumava andar de skate antes, mas encontrei na patinação uma paixão. Eu realmente amo, era meu sonho”, afirma a colombiana.
A dupla veio ao Brasil não apenas atrás de medalha, mas buscando melhorar posições no ranking. São os campeonatos mundiais que definem o ranking internacional da modalidade.
A próxima competição mundial será em setembro na cidade de Trieste, Itália.