Imagine que você está se divertindo com a família durante a Páscoa quando – após um momento de distração – percebe que o seu animal de estimação comeu um pedaço de chocolate. Será que é preciso se preocupar? Infelizmente, sim! Tudo porque o ingrediente, tão amado por nós, pode ser bastante tóxico para cães, gatos e outros animais de estimação.
O veterinário Tainã Braúna (CRMV-DF 3563), coordenador da clínica médica e terapia intensiva do Hospital Veterinário Star Vet, localizado em Águas Claras (DF), explica que a culpa é da teobromina, presente na manteiga de cacau, assim como no café e no guaraná. A substância não é metabolizada da mesma maneira pelo organismo dos pets como é pelo dos humanos, “Isso significa que, quanto maior a concentração de cacau na composição do chocolate, maior a porcentagem de teobromina e, com isso, piores serão os efeitos. No entanto, chocolates brancos ou ao leite também não devem ser oferecidos aos animais, uma vez que o risco de intoxicação ainda existe”, alerta.
Muita atenção
Os sinais de intoxicação podem variar conforme o tipo de chocolate consumido. Além disso, outros fatores influenciam nos efeitos e gravidade do caso, como o peso do animal, a quantidade consumida e a frequência. Braúna alerta que, de forma geral, os sintomas de intoxicação começam de 2 a 4 horas após o consumo, sendo que a teobromina pode permanecer ativa no organismo por até 24 horas.
Assim, é importante que os tutores fiquem alertas a sinais como:
● Náuseas e vômitos
● Diarreia
● Inquietação
● Falta de ar
● Fraqueza
● Crises convulsivas
Nesta hora, explica o veterinário, é preciso ter calma e agir rápido. “Antes de mais nada, tente descobrir qual tipo de chocolate o seu pet comeu, o tamanho da dose e o tempo decorrido desde o consumo, que são informações fundamentais para entender a gravidade do caso. Na sequência, procure a orientação de um veterinário o mais rápido possível”, orienta.
E agora?
De forma geral, o tratamento depende da gravidade da intoxicação e pode incluir:
● Carvão ativado (ENTEREX): Quando administrado no animal logo após a ingestão do chocolate, contribuirá para que a substância tóxica não seja absorvida pelo organismo devido a sua ação adsorvente.
● Fluidoterapia: Reposição de líquidos perdidos devido à diarreia e vômito.
● Monitoramento cardíaco: Detecção de arritmias cardíacas causadas pela teobromina.
● Controle de convulsões: Administração de medicamentos para controlar convulsões.
● Sonda uretral: Favorece o esvaziamento da bexiga e diminui a absorção de toxinas.
● Internação: Monitoramento constante do animal e tratamento de suporte.
Por fim, o especialista do Hospital Veterinário Star Vet destaca que é importante orientar a todos que mantenham qualquer tipo de chocolate fora do alcance dos animais de estimação, conscientizando seus familiares e amigos sobre os perigos de dar esse tipo de produto para os pets.
“Lembre-se que a rapidez no atendimento é crucial e pode salvar a vida de seu animal. Também não induza o vômito sem a orientação do veterinário, pois isso pode piorar a situação”, finaliza.