Ferragamo, Dolce & Gabbana, Missoni, Bottega Veneta e Giorgio Armani foram as principais marcas que pisaram nas passarelas da Semana de Moda de Milão neste fim de semana. Estes são os últimos dias da temporada outono-inverno 2024 na capital italiana da moda, antes do mês fashion ser encerrado em Paris.
A seguir, confira os destaques desse sábado e domingo!
Ferragamo trouxe um inverno inspirado nos anos 1920, intitulado Spirit (Espírito, em tradução livre). “A década de 1920 usava roupas como forma de celebrar a liberdade. E essa expressão de liberdade é algo que ressoa comigo, com minha herança e com Ferragamo“, explica Maximilian Davis, diretor criativo da marca.
A coleção apresenta uma reinterpretação dos elementos visuais dessa era de emancipação, com bainhas elevadas, tecidos fluidos, cinturas baixas e cortes descontraídos, refletindo a autoexpressão dos anos 20 e da atualidade. Além de vestidos delicadamente laqueados e adornados, destacam-se peças que refletem a preferência das mulheres por silhuetas masculinas, como ombros largos e tecidos pesados. Na alfaiataria, lapelas esculpidas evocam um espírito surrealista, enquanto capas de cobertor são usadas como formas de proteção.
Dolce & Gabbana encontrou inspiração na moda masculina para sua próxima coleção de outono-inverno 2024 ready-to-wear, destacando o smoking como um símbolo da feminilidade contemporânea. Esse conjunto emblemático explora novos cortes e detalhes, oferecendo uma variedade de opções, desde o clássico paletó até modelos mais modernos, e incluindo tanto calças bem ajustadas quanto saias elegantes.
A coleção também traz uma narrativa elegante inspirada nas viúvas sicilianas, apresentando peças com linhas simples e tecidos refinados como veludo, chiffon, renda e organza, complementados por toques únicos de tela, e detalhes em dourado e strass. Essas expressões de beleza genuína conferem sofisticação a vestidos, camisas e acessórios.
A Missoni reinterpretou um dos icônicos itens de arquivo da marca para este outono-inverno 2024: as listras. Verticais e acentuadas, essas linhas marcam uma alternância das silhuetas femininas e masculinas.
“As listras, aquelas que representam um novo começo ou se entrelaçam para criar os desenhos da renomada ilustradora Brunetta. Aquelas a serem respeitadas, mas também a serem quebradas. Roupas que refletem o passado, ao mesmo tempo em que o reinterpretam“, explica a marca.
Volumes, comprimentos e a modelagem das peças são elementos que desafiam a ordem estabelecida pelas linhas paralelas, que ganham vida assim que cada roupa é vestida. Em preto e branco, a linha delineia os detalhes da coleção, transitando entre as nuances de uma paleta com tons de rosa, marrom, amarelo e azul.
O outono-inverno 2024 ready-to-wear da Bottega Veneta trouxe roupas e acessórios para pessoas que têm algum lugar para ir e algo para fazer. A ornamentação foi mantida ao mínimo, utilizando uma simplicidade intencional em alguns momentos, inspirada nas raízes da Bottega pré-Intrecciato.
“Monumentalismo do cotidiano: um senso de fascínio e confiança no pragmático, utilitário e proposital. Como o vestuário diurno é percebido neste mundo noturno; as silhuetas são simplificadas e reconhecidas como monólitos no escuro. Em um mundo em chamas, há algo muito humano no simples ato de se vestir“, explicou o diretor artístico Matthieu Blazy em nota à imprensa.
A nova bolsa Liberta surgiu em alguns looks do desfile, que foram dominados pelas cores da noite e do fogo: preto carbono, laranja queimado, bordô, marrom escuro, oliva, cinza, vermelho e branco. Alguns toques de azul céu e amarelo pálido também apareceram na passarela.
Winter flowers, ou “Flores de inverno” é o título da mais nova coleção de Giorgio Armani, apresentada neste fim de semana em Milão. O desfile se iniciou com a modelo Gina di Bernardo, o rosto atemporal das campanhas publicitárias dos anos 80 fotografadas por Aldo Fallai e a personificação da mensagem de graça e esperança entrelaçada com o poder e energia da natureza e o ciclo de vida do nosso planeta.
“Flores que desabrocham mesmo nas profundezas do inverno, anunciando beleza e renascimento, adornam as peças nesta coleção, enfatizando suas formas aéreas, fluidas e o sentido de elegância harmoniosa que fundamenta a essência do trabalho de Giorgio Armani”, explicou a marca em nota à imprensa.
Em meio a tons de azul noturno, preto profundo e verde escuro em tecidos como veludo, cetim e seda técnica, além de bouclé de lã e bordados, a coleção de inverno 2024 de Giorgio Armani é uma ode às flores e libélulas. As formas são delineadas por casacos com mangas flare, sobretudos longos e calças fluidas, criando uma aura de elegância casual. Para a noite, os vestidos longos esculpem uma silhueta esbelta e poética.
“É uma visão impalpável e vibrante: uma mulher florescendo no frio, leve nos pés, envolta em tênis ou botas baixas, e sempre presente“, conclui.