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Entidades pró-Ísrael condenam declarações de Lula

O presidente-executivo da StandWithUs Brasil, André Lajst, considerou “grave e antissemita” a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou a ação militar israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto. Para a instituição sem fins lucrativos de educação sobre Israel, o pronunciamento de Lula também foi ofensivo e, sobretudo, traz um erro histórico.

O cientista político salientou que, de acordo com a International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA), organização intergovernamental integrada por 35 países, da qual o Brasil é membro observador, a definição de antissemitismo contemporâneo considera que qualquer comparação deste tipo sobre a política de Israel deve ser enquadrada como tal.

“Na prática, é uma frase antissemita e está colocando em cima do judeus israelenses o pior crime que foi feito contra o próprio povo”, avaliou.

Segundo o cientista político, não se trata de não poder criticar Israel, ser a favor de um cessar fogo ou mesmo defender a criação de um Estado Palestino, como Lula já fez em outras ocasiões. “O que o presidente não pode é tirar o direito de Israel de se defender, ainda mais que ele não menciona os estupros, os crimes contra as mulheres e crianças e os reféns”, enumerou. “Além de um erro histórico, é ofensivo”, acrescentou. Horas depois da manifestação de Lula, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu à fala do petista e disse que convocaria o embaixador brasileiro no país para uma reprimenda.

“É uma frase muito grave a do presidente do Brasil, que vai causar muito desconforto não só para o governo de Israel, mas para o público israelense, para as comunidade judaicas no mundo e para outros governos democráticos, que vão condenar frase do presidente brasileiro”, previu Lajst, citando que espera reações dos Estados Unidos e de países da Europa.

André Lajst avalia que qualquer comparação com o holocausto deve ser feita de forma delicada. Ele acrescentou que o caso ganha ainda mais potência porque vem de um líder político que não faz declarações sobre outras guerras, como as que ocorrem na África ou no Yêmen, onde, conforme o cientista político, morreram ainda mais pessoas do que no conflito na Faixa de Gaza.

“É uma inversão de valores”, argumentou, dizendo que a explicitação de Lula “apequena a diplomacia brasileira” e que coloca o Brasil em posição delicada. Ainda mais em um momento em que o presidente já tentou ocupar o papel de intermediador entre outros conflitos. Com este episódio, de acordo com Lajst, o Brasil deixará de ser escolhido como um interlocutor.

IBI condena falas de Lula
O Instituto Brasil-Israel (IBI) divulgou nota em que repudia a comparação feita neste domingo (18), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o comunicado, a fala “banaliza o Holocausto e invoca a ideia de que judeus são os nazistas do presente, fomentando ainda mais o antissemitismo”.

A nota afirma ainda que a fala de Lula mina a credibilidade do governo brasileiro como um interlocutor pela paz e diz que não há paralelo histórico a ser feito com a guerra em reação aos ataques do Hamas, por mais revoltantes e dolorosos que sejam as mortes de dezenas de milhares de palestinos. E finaliza lembrando que o Brasil firmou compromissos internacionais para a preservação da memória do Holocausto e historicamente defendeu a luta contra sua banalização. “Essa deve continuar a ser a posição brasileira”, diz a nota do IBI.

A fala também causou reação na Confederação Israelita no Brasil (Conib), que divulgou nota repudiando a comparação e na qual diz que a declaração do presidente é uma “distorção perversa da realidade”.

 
 
 
 
 
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“Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa, somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua carta de fundação a eliminação do Estado judeu”, continua o texto da Conib.

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