Redação GPS Após quatro anos sem se realizar **presencialmente**, a _Bienal de Arte Digital_ segue para sua última semana, no espaço _Oi Futuro_, Rio de Janeiro, colhendo bom saldo de público e presença **representativa de artistas estrangeiros**, trazendo reflexões e narrativas em torno da diversidade artística.
Sob o tema _Condições de Existência_, mais de sessenta artistas nacionais trouxeram **obras de arte visuais digitais**, acompanhadas de _talks, performances, oficinas e exibições em linguagem_ que apresentam novas perspectivas em **diferentes linguagens** para o segmento.
Uma das **estrelas**, homenageada e aguardada, foi **Gilberto Gil**. O cantor e compositor foi pessoalmente conhecer a obra _Gil Futurível_, onde o público é convidado a usar o óculos de realidade virtual e entrar em uma espécie de galeria de arte, que exibe as capas dos discos de Gilberto Gil, seus figurinos icônicos e sua farda de Imortal da Academia Brasileira de Letras.
Por fim, antes de findar a experiência, o usuário estará diante de seu escaneamento **3D**, que dá a impressão de estar **frente a frente** com Gil. Tudo isso ao som da canção Futurível, composta pelo artista durante a ditadura militar. Durante a visita, ele disse:
_“É um prazer extraordinário ser cobaia em novas experiências artísticas. Experiências que já estavam previstas na minha própria obra. Sou um autor completamente encaixado nessa perspectiva futurível, dos futuros possíveis, dos futuros desejáveis”_
O artista relembrou de quando escreveu a música: _“Preso como eu estava, eu tinha que soltar a imaginação. Eu tinha que usar as capacidades imaginativas que me livrassem daquela prisão. A letra de Futurível dá conta desses dois aspectos. Eu queria sair dali com um corpo mais solto e mais complexo de acordo com as expectativas do novo mundo que a tecnologia propicia_”.
[GIL FUTURÍVEL](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/GIL_FUTURIVEL_v1_24jun_V2_eb1b725704.mp4)
Além da **homenagem**, criada por Clelio de Paula, Floriano Varejão, Lauro Gripa, Azimov labs e Gegê Produções, a Bienal reúne ainda outras dezenas de criações que chamaram a atenção. Tadeus Mucelli, curador artístico e criador do Festival de Arte Digital, explica:
_”Uma bienal é como um livro que, através de capítulos, tentamos dar voz a narrativas e visões, formas de ‘ser’ e ‘ver’ no mundo com as coisas sencientes. E quando dizemos “coisas” estamos incluindo uma ontologia digital (da vida) em interseção ou sobreposição a ontologia humana (de estar no mundo). Um olhar mais holístico que considera as terceiras partes (algoritmos, computação inteligente, formas digitais de ‘vida’) muito presentes em nosso cotidiano.”_
_Vale ainda pesquisar sobre os três artistas franceses:_
_Franck Vigroux e Kurt d’Haeseleer,_ que apresentam **A Ilha**, um misto fantasmagórico entre **concerto audiovisual** e experiência telúrica de imagens e sons.
Já _Felix Blume_ apresenta uma **instalação sonora** composta por quarenta grilos-falantes que tocam as gravações do canto do macho à noite.
A arte interativa _Distâncias_, criada por _Scenocosme_, reúne virtualmente **pessoas que não são capazes de se tocar fisicamente**.
Fique por dentro da programação e homenagens na [Oi Futuro](https://oifuturo.org.br/?gclid=CjwKCAiA5Y6eBhAbEiwA_2ZWIZvW6cVVOJaoVNNEayEAgteM3_HCp5OBvyDPxGGrydFu2JgaTF0gjRoCNE0QAvD_BwE)
