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Após investigação, CGU aponta que cartão de vacina de Bolsonaro foi falsificado

Órgão fiscalizador concluiu que o então presidente não esteve nas cidades durante a data registrada
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou, nesta quinta-feira (18), que o registro de imunização contra o coronavírus presente no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) seria falso. A apuração, que teve desdobramentos com uma operação da Polícia Federal, indicou a participação do tenente-coronel do Exército Mauro Cid em um esquema de fraude, resultando em sua prisão em maio do ano passado.

De acordo com a CGU, os dados do sistema do Ministério da Saúde indicam um registro de vacinação contra a covid-19, datado de 19/07/2021, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo (SP), no cartão nacional de vacinação do ex-presidente.

Contudo, o órgão fiscalizador esclarece que dois registros adicionais, realizados em Duque de Caxias (RJ), foram efetuados por agentes municipais, mas cancelados antes do início das investigações.

Em relação aos registros feitos no Rio de Janeiro, a CGU identificou, durante diligências iniciais, a existência de um possível esquema de fraude a cartões de vacinação envolvendo o secretário municipal.

A investigação revelou que Bolsonaro não estava em São Paulo no dia da suposta vacinação, indicando que a falsificação no cartão de vacinas teria como objetivo facilitar a entrada do ex-presidente e de seus familiares nos Estados Unidos, país que exigia a vacinação de estrangeiros durante a pandemia.

No decorrer do processo, a CGU ouviu diversas pessoas que trabalhavam na UBS Parque Peruche, em São Paulo. A enfermeira indicada no cartão de vacinação como aplicadora do imunizante negou ter realizado tal procedimento e afirmou que não estaria lotada na unidade na data indicada, o que foi confirmado por documentos.

O órgão também realizou oitivas com funcionários em serviço na UBS, no dia 19/07/2021, os quais negaram ter visto o ex-presidente no local e desconhecer qualquer pedido para registrar a imunização do então chefe do Poder Executivo Federal.

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