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Moradores alertam para infestação de escorpiões na Asa Norte

Moradores relataram, nesta terça-feira (16), uma possível infestação de escorpiões na Asa Norte. Apenas no bloco G da SQN 107, pelo menos três filhotes do tipo amarelo foram achados, em menos de 24 horas, em diferentes pontos do prédio: um no 6º andar, dentro de um apartamento, no hall do elevador do 3º andar e o outro em outra residência no 5º andar.

Os registros feitos em diversas áreas do mesmo prédio, num único dia, reforçam a gravidade da situação. Há depoimentos de casos semelhantes na SQN 311 e 303 também.

Há relatos da presença de peçonhentos também em outros edifícios da mesma Superquadra Norte, de acordo com porteiros da região. Uma funcionária do local chegou a dizer que é “comum” encontrá-los nos jardins e áreas externas das edificações. Não houve registro, por ora, de ataques dos aracnídeos contra moradores na localidade.

Mesmo assim, a presença dos escorpiões, conhecidos por suas picadas venenosas e sorrateiras, gerou um clima de apreensão entre a vizinhança da quadra, que agora está em alerta máximo, principalmente por causa de riscos às crianças, idosos e aos pets nas unidades residenciais. Uma empresa de dedetização geral foi contratada para atuar nos blocos e a Secretaria de Saúde foi notificada sobre a ocorrência sistemática dos aracnídeos. 

A decisão de dedetizar ocorreu após a pasta definir um prazo de até 20 dias para que haja uma resposta das autoridades locais sobre a aparição recorrente dos bichos venenosos. “A resposta final será encaminhada em até 20 dias. No caso de denúncia, a depender da gravidade do assunto, o prazo de resposta pode ser prorrogado por mais 20 dias”, informou a pasta na ocorrência registrada pelos moradores. 

A espécie encontrada, o escorpião-amarelo, tem a visão pouco desenvolvida, que é compensada pelos sensores que auxiliam na localização de suas presas. De hábitos noturnos, eles costumam viver em ambientes escuros, quentes e úmidos, onde conseguem se alimentar de insetos, especialmente de baratas.

O aracnídeo mede até 7 cm de comprimento total e a reprodução dele pode gerar até 20 filhotes, por mãe, a cada ciclo.  A fêmea pode gerar até 160 filhotes durante a vida.

Só para se ter ideia, de janeiro a outubro de 2023, foram 2.360 registros de acidentes com escorpião em todo o Distrito Federal.

Um dos filhotes de escorpião encontrados na quadra

Por meio de um grupo de mensagens, uma moradora lembrou que no ano passado também percebeu a presença dos peçonhentos na região. “Encontramos em julho 2023 um escorpião vivo no 4º andar, no banheiro de casal e, depois disso, fizemos dedetização de baratas, escorpião e formigas. Paramos de usar água sanitária, pois elimina o veneno, e reforçamos o veneno um mês depois. Sugiro que todos façam a dedetização, além das áreas comuns. É o que sugerem os especialistas”, escreveu.

Em nota oficial, a Secretaria de Saúde do DF informou que “a Vigilância Ambiental realiza inspeções nos locais onde há a reclamação de escorpião. O atendimento precisa ser solicitado pelo 160. Os agentes recolhem os escorpiões e identificam quais condições na residência favorecem a ocorrência do animal”, iniciou.

Ainda conforme a nota, a pasta explicou que em caso de acidentes (picadas), “deve-se lavar o local com bastante água e sabão, mantendo elevado o membro afetado e procurar atendimento médico imediatamente. É importante informar ao profissional o máximo possível de características do animal e, se possível e seguro, capturar e levá-lo junto para identificação”, continuou.

Vale ainda, segundo o texto, retirar acessórios que possam levar à piora do quadro, como anéis, fitas e calçados apertados. “Em nenhuma hipótese, deve-se fazer torniquete, garrote, ou furar, cortar ou ainda aplicar qualquer substância no local da picada. No caso de acidentes com cobras, escorpiões ou aranhas, existem soros antivenenos disponíveis na rede pública de saúde”, disse no texto oficial.

A secretaria ainda divulgou meios para prevenção de acidentes com esses aracnídeos: 

Para a população:

● Não depositar ou acumular lixo, entulho e materiais de construção junto às habitações.

● Evitar que plantas trepadeiras se encostem às casas e que folhagens entrem pelo telhado ou pelo forro.

● Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede e terrenos baldios (sempre com uso de equipamentos de proteção individual – EPI).

● Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés.

● Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos.

● Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros.

● Controlar roedores existentes na área e combater insetos, principalmente baratas (são alimentos para escorpiões e aranhas).

● Inspecionar calçados, roupas, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes, antes de usá-los.

● Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários.

Para os trabalhadores:

● Usar luvas e calçados fechados, entre outros equipamentos de proteção individual (EPI), durante o manuseio de materiais de construção (tijolos, pedras, madeiras e sacos de cimento); transporte de lenhas; movimentação de móveis; atividades rurais; limpeza de jardins, quintais e terrenos baldios, entre outras atividades.

● Olhar sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer.

● Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nesses lugares, usar um pedaço de madeira, enxada ou foice.

● Os trabalhadores do campo devem sempre utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI), como botas ou perneiras, evitar colocar as mãos em tocas, montes de lenha, folhas e cupinzeiros.

O que fazer em caso de acidentes?

● Lave bem o local da picada com bastante água e sabão, mantenha o membro acometido elevado e procure atendimento médico imediatamente.

● Informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo de animal, cor, tamanho, entre outras.

● Se for possível e seguro capturar o animal, leve-o junto para ser identificado.

● Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retire acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados.

● Não faça, em hipótese alguma, torniquete ou garrote e, muito menos, não fure, não corte e/ou não aplique qualquer tipo de substancia (pó de café, álcool, pomadas, fumo ou urina, entre outros) no local da picada.

● Não tome nem aplique bebidas alcoólicas no local.

● Não tente “chupar o veneno”, essa ação apenas aumenta as chances de infecção local.

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