A influenciadora petista Karina Santos relatou que está sendo alvo de ameaças de morte e mensagens preconceituosas nas redes sociais após a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro expor o perfil dela no Instagram. A Polícia Civil de Pernambuco apura o caso.
Em uma das ameaças expostas pela influenciadora, um usuário diz que, em breve, Karina “vai para o lugar que tanto deseja: o inferno”. Outro afirma querer “um Adélio na sua vida”, mencionando o responsável pelo atentado à faca contra Jair Bolsonaro (PL) em 2018. Há ainda mensagens de teor xenofóbico e machista.
Karina foi procurada pelo Estadão, mas não havia dado retorno até a publicação deste texto. Ao portal Uol, ela afirmou que ficou “alguns dias sem dormir” após as ameaças. Michelle também foi contatada via assessoria, mas não respondeu à reportagem.
No dia 4 de janeiro, Michelle postou na conta dela no Instagram uma captura de tela mostrando o perfil de Karina, com a legenda: “Terrivelmente petista. Como uma boa comunista caviar, ama um dinheirinho”.
A menção ao Partido dos Trabalhadores (PT) é feita pela própria influenciadora, que se autodeclara “terrivelmente petista” na descrição de seu perfil na rede social.
A postagem de Michelle ocorreu após uma publicação feita por Karina. A recifense de 30 anos havia divulgado uma montagem em que o ex-presidente Bolsonaro e Michelle aparecem atrás das grades, com a legenda “que tudo se realize no ano que vai nascer!”.
A publicação foi compartilhada por Michelle, que escreveu “ah, o ‘amor’!”, em referência à frase dita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “o amor venceu o ódio”. Karina tem 217 mil seguidores, enquanto Michelle acumula 6,5 milhões.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Pernambuco, que afirmou em nota que o inquérito foi instaurado após denúncia feita pela vítima nesta quarta-feira (10).
Em vídeo gravado em frente ao prédio da Polícia Civil e publicado no X (antigo Twitter), Karina afirma que “internet não é terra sem lei”. “Vocês vão aprender a respeitar o Nordeste.” Na gravação, ela diz ainda que quase todas as pessoas que a hostilizaram já foram identificadas.
O delegado Caio Wagner, responsável pelo caso, não divulgou mais informações para, segundo ele, não atrapalhar o andamento da apuração.