Até a manhã desta quarta-feira (10), a Polícia Nacional do Equador deteve 70 pessoas ligadas à onda de violência no país desde segunda-feira (8). Segundo o jornal local El Universo, entre os detidos estão aqueles que invadiram o canal de TV estatal TC Televisión na tarde de terça-feira, além de fugitivos de prisões e suspeitos de planejar sequestros de policiais e agentes públicos.
Dentre os detidos, 17 foram recapturados e estão novamente na prisão. O país registrou 10 mortes desde o início do conflito entre as forças de segurança do Estado e o crime organizado. A situação se agravou devido a fuga de Adolfo Macías, líder do grupo criminoso Los Choneros, conhecido como Fito, no domingo (7).
Além de Fito, outros criminosos, incluindo Fabricio Colón Pico, líder da facção criminosa “Los Lobos”, também escaparam. Assim como Fito, ele estava sendo transferido para uma prisão de segurança máxima.
A fuga desses criminosos resultou em sequestros de policiais em Machala e Quito, assim como na província de Los Rios. Também houve incêndios de veículos nas ruas e motins em penitenciárias, onde policiais e agentes prisionais foram feitos reféns.
Diante dessa situação, o presidente do Equador, Daniel Norba, decretou estado de exceção em todo o território na terça-feira. Essa medida, com validade de 60 dias, inclui um toque de recolher das 23h às 5h (horário local) e a mobilização das forças militares para reforçar a segurança em Quito, incluindo a sede presidencial e as estações de metrô.
Em resposta, o Equador suspendeu as aulas presenciais em todo o país até a próxima sexta-feira (12). No Congresso, todos os partidos políticos concordaram em apoiar o governo no combate ao crime organizado. O Peru anunciou o envio de reforços policiais para a fronteira com o Equador.
Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou preocupação e condenou as ações violentas conduzidas por grupos criminosos no Equador, manifestando solidariedade ao governo e ao povo equatoriano. Entre as vítimas, destaca-se o brasileiro Thiago Allan Freitas, sequestrado em Guayaquil, cujo filho busca ajuda para pagar o resgate. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Mauro Vieira têm uma reunião agendada para discutir a crise equatoriana nesta quarta-feira.