Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes (foto em destaque) recusou, nesta terça-feira (02), um requerimento de liberdade solicitado pela defesa de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ele está detido desde agosto do ano passado sob suspeita de ter utilizado recursos da máquina pública para interferir nas eleições, através da realização de operações rodoviárias que dificultaram o deslocamento de eleitores em regiões com tendência a votar no atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A decisão de Moraes, emitida no ano passado, ressaltou a gravidade da conduta de Vasques, descrita pela Polícia Federal (PF). Elementos indicativos do uso impróprio da máquina pública foram apontados, visando interferir no processo eleitoral através da direção tendenciosa de recursos humanos e materiais para obstaculizar o trânsito de eleitores.
Conforme a investigação destacada por Moraes, Vasques teria dado ordens ilegais a subordinados com o propósito de dificultar ou até impedir o livre trânsito de eleitores em áreas onde o então candidato Luís Inácio Lula da Silva havia obtido uma votação mais expressiva no primeiro turno.
O ministro enfatizou trechos do pedido feito pela PF, nos quais a corporação ressaltava que a manutenção do investigado em liberdade poderia prejudicar a eficácia das diligências, considerando a provável reverência dos Policiais Rodoviários Federais ao ex-diretor-geral que os havia indicado para suas respectivas funções, mesmo estando aposentado.
Moraes frisou que a efetividade das diversas e necessárias oitivas de agentes da PRF sobre possíveis determinações de Silvinei Vasques para a realização de um “policiamento direcionado” poderia ser prejudicada caso o investigado fosse mantido em liberdade, conforme ressaltado na decisão que determinou sua prisão no ano passado.
Caso haja manifestação da defesa de Vasques, a reportagem será atualizada.