GPS Brasília comscore

DF tem a menor taxa de analfabetismo do Brasil

No Dia Mundial da Alfabetização, o Distrito Federal tem motivos para comemorar. A unidade da federação tem a menor taxa de analfabetismo, com apenas 1,9% da população, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Percentual bem abaixo se comparado com outros entes federativos, que têm de 5,6% a 15% de pessoas com 15 anos ou mais sem saber ler e escrever.

 

Para chegar a essa marca, o Governo do Distrito Federal (GDF) investe em políticas públicas na educação básica e na educação de jovens e adultos (EJA) para atender os cerca de 90 mil alunos matriculados nos três anos iniciais do ensino fundamental nas 376 escolas públicas e aproximadamente 4 mil estudantes nas 95 unidades escolares da EJA que passam pelo processo de alfabetização.

 

No caso das crianças, a rede pública de ensino utiliza as diretrizes do Bloco Inicial de Alfabetização (BIA), instituído em 2014. A política organiza o ato de ler, escrever e interpretar nos três primeiros anos do ensino fundamental, tendo o 1º ano dedicado às questões relacionadas à alfabetização, o 2º ano com o aprofundamento e 3º ano para a consolidação da habilidade.

 

Apesar de ter sido fundamental para o avanço da alfabetização no ensino público do DF, o BIA passa por um processo de atualização. Neste ano, a rede iniciou os trabalhos para instituir um novo programa a partir da adesão do DF ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, iniciativa do governo federal com investimento de R$ 3 bilhões nos próximos quatro anos para garantir a alfabetização dos estudantes nos anos iniciais do ensino fundamental e a recomposição das aprendizagens daqueles prejudicados na pandemia.

 

“Entendemos que o BIA foi e ainda é importante. Ele trouxe várias conquistas em questão de alfabetização, mas é uma política que tem 10 anos e percebemos a necessidade de fortalecê-la”, explica a diretora de Ensino Fundamental da Secretaria de Educação, Ana Carolina Tavares.

 

Desenvolvimento de nova política
O Alfaletrando será o novo programa do GDF para subsidiar a garantia da alfabetização e letramento das crianças, que leva em consideração as novas concepções e estudos sobre alfabetização. “A proposta é que ainda este ano possamos consolidar o programa para que seja aplicado efetivamente em 2024 com as crianças do 1º, 2º e 3º”, acrescenta a diretora.

 

A expectativa é transformar o projeto em uma política distrital de alfabetização que contemple as especificidades do Distrito Federal, com formação de professores, acompanhamento pedagógico e articulação da Secretaria de Educação junto às regionais de ensino e às unidades escolares. “A nossa ideia é formar uma grande rede colaborativa que possa garantir que alunos sejam alfabetizados na idade adequada”, defende Ana Carolina.

 

A alfabetização e o letramento são bases para uma trajetória bem-sucedida do estudante. “O nosso currículo pressupõe uma formação da criança que permita que ela seja incluída no ambiente social. Para isso, ela precisa saber ler e escrever e ser letrada, pegar um texto e conseguir identificá-lo. Nossas crianças precisam ter habilidades e competências de leitura, escrita e interpretação para serem inseridas no mundo”, decreta.

 

Alfabetização para todos
Na Educação de Jovens e Adultos, a estratégia é a oferta descentralizada, com vagas ao longo de todo o ano e para todo o perfil de aluno. “Apesar de sermos a unidade da federação com a menor quantidade de pessoas analfabetas, ainda temos 66 mil pessoas de 15 anos ou mais que não sabem ler”, comenta a diretora de Educação de Jovens e Adultos, Lilian Sena. “Por isso, apostamos na oferta do EJA descentralizado. Fazemos um trabalho de busca ativa. Nosso objetivo é fazer com que essas pessoas entendam que é um dever do Estado e um direito delas”, acrescenta.

 

Com média de 4 mil alunos por semestre, a EJA atende na alfabetização principalmente pessoas acima de 45 anos com um método voltado para a faixa etária dos alunos, respeitando a característica de cada estudante, com seus saberes e realidades.

 

“Trabalhamos muito o acolhimento e de acordo com as especificidades desse público que, muitas vezes, procura a escola interessado em aprender a ler para poder ler uma placa de ônibus, ajudar aos filhos ou netos com atividades escolares ou até para realizarem sonhos”, revela Lilian Sena.

 

Esse diferencial foi o que incentivou a dona de casa Fortunata Lima Feitosa, 59 anos, e o filho dela, Saulo Jonas Lima Barbosa, 22, a estudarem em uma das unidades da EJA na Asa Sul. “Meu filho tinha dificuldade de acompanhar na escola regular e eu tinha parado os estudos na 4ª série do primário, então fomos os dois estudar. Cada um em uma turma”, lembra.

 

No caso de Saulo, o EJA foi fundamental para que ele avançasse na alfabetização. “Com muita dificuldade ele conseguia ler uma palavra de duas sílabas, foi na EJA que ele conseguiu aprender a ler. Hoje ele já lê tudo. Uma das coisas que mais gosto no EJA é que os professores são muito dedicados e incentivam bastante”, conta a mãe.

QUER MAIS?

INSCREVA-SE PARA RECEBER AS NOTÍCIAS DO GPS BRASÍLIA!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

Veja também

GPS Brasília é um portal de notícias completo, com cobertura dos assuntos mais relevantes, reportagens especiais, entrevistas exclusivas e interação com a audiência e com uma atenção especial para os interesses de Brasília.

Edição 42

@2024 – Todos os direitos reservados.

Site por: Código 1 TI

GPS Brasília - Portal de Notícias do DF
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.