Antes de pensar no que seria quando crescesse, Vivil Guimarães sabia que amava desenhar. “A brincadeira que acompanhou minha infância inteira foi bonecas de papel. Eu desenhava as minhas próprias “moças” e as roupinhas. Experimentava estilos, formas, texturas, combinação de cores e técnicas de colorir”.
Natural de Vitorino Freire, Maranhão, Vivil passou a adolescência desenhando suas roupas e de suas irmãs Logo depois, essa atividade se estendeu para primas e amigas.
Esse talento foi colocado em modo de “espera” quando chegou o momento do vestibular. Por influência da paixão de seu irmão mais velho, escolheu fazer Ciência da Computação.
Vivil passou de primeira na Universidade Federal do Maranhão e, mesmo se sentindo um peixe fora d’água, ainda fez dois anos e meio do curso.
Quando decidiu que era o momento de trancar o curso, mudou-se para Brasília. Foi aos 26 anos, quando já estava casada e com um filho, que resolveu reavaliar sua carreira. “Só aí é que parei para escutar minha alma e intuição”, compartilha.
Depois de ponderar, teve a grande realização: o Desenho Industrial. “Acho que foi uma resposta divina para minha busca por propósito. Uma profissão feita sob medida para mim, que conectava todos meus pontos”.
O leque de caminhos profissionais era muito amplo, mas no decorrer do curso, foi se identificando mais com o Núcleo de Moda. Sua paixão maior era pelo Design de Produto, o tridimensional, mas formou-se primeiro em Design Gráfico.
Durante uma especialização em Design de Moda no Senai Cetiq – Rio, Vivil percebeu que seu interesse era maior pelos acessórios do que pelas roupas, então escolheu trabalhar a temática.
Para finalmente trabalhar com a sua verdadeira paixão, a maranhense procurou uma escola de ourivesaria tradicional da capital e já no primeiro contato com a bancada, os metais e as pedras preciosas, percebeu que havia enfim encontrado sua linguagem.
Então, em 2016, o ponto alto de sua carreira: com sua própria marca, lançou a coleção ‘Amor ao Quadrado em São Luís’.
“Eu queria elevar a autoestima, valorizar a cultura e o povo maranhense e, de fato, as pessoas falaram com orgulho, como se sentissem mesmo representadas por um criador da terra”, conta.
A receptividade e o retorno dessa primeira iniciativa foi um grande respaldo e incentivo para Vivil. A repercussão nos meios de comunicação e a divulgação espontânea foi bem além do esperado pela designer.
Agora, sete anos depois, a maranhense se prepara para apresentar mais uma coleção, a ‘Ressignificar’. Em Brasília, na Celso Junior Galeria, ela dá continuidade à busca de atingir a harmonia de cada peça.
Sua marca registrada é a harmonia da delicadeza e leveza dos traços com a força das formas e pedras naturais. “Sempre procuro o equilíbrio entre o leve e o pesado, o rebuscado e o limpo, o orgânico e o geométrico”.