O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, discursou, na noite deste domingo (19/11), após sua vitória no segundo turno das eleições, ressaltando a liberdade econômica e propondo mudanças significativas para o país. Milei, economista de ultradireita, obteve 55,7% dos votos válidos, derrotando Sergio Massa, o candidato governista, que conquistou 44,2% dos votos.
No comício do seu partido A Liberdade Avança, Milei destacou o início do fim da decadência argentina. Ele convidou a irmã, Karina Milei, para subir ao palanque vitorioso.
“Vamos virar a página da nossa história, voltar ao caminho que nunca deveríamos ter perdido. Hoje termina o modelo empobrecedor do Estado onipresente, que beneficia alguns em detrimento da maioria dos argentinos”, declarou.
O presidente eleito enfatizou o fim da visão de que os vitimadores são as vítimas e vice-versa. “Hoje, voltamos a abraçar as ideias de liberdade, fundamentadas em conceitos como propriedade privada e comércio livre”, ressaltou.
Milei, que já havia vencido as primárias em agosto, era apontado como favorito na disputa, embora tenha ficado em segundo lugar no primeiro turno em 22 de agosto. Ele é uma figura polêmica na Argentina e internacionalmente, principalmente por suas promessas de cortar relações com países que considera “comunistas”, como China e Brasil, além de encerrar a participação no Mercosul e fechar o Banco Central.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores foram entusiastas da vitória de Milei. Bolsonaro revelou admiração pelo presidente eleito e manifestou apoio por meio de postagens. No primeiro turno, o deputado federal Eduardo Bolsonaro viajou à Argentina para acompanhar a disputa.
Enquanto isso, Massa reconheceu a derrota antes dos resultados oficiais. Em seu discurso, o ministro da Economia reforçou a importância de transmitir estabilidade e garantias à sociedade. “A partir de amanhã, a responsabilidade de oferecer certezas sobre o funcionamento social, político e econômico cabe ao presidente eleito. Esperamos que cumpra esse papel”, afirmou.
No primeiro turno, a disputa foi acirrada, e a diferença entre os candidatos foi estreita, desafiando as previsões das pesquisas eleitorais.