O deputado distrital Pastor Daniel de Castro (PP) defendeu que a CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF (CLDF), da qual integra, precisará ter os trabalhos prorrogados para a conclusão do relatório final, previsto para ser entregue no mês de agosto.
Durante entrevista ao Portal GPS, o deputado criticou o trabalho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente sobre as prisões de 8 de janeiro, e reforçou o apoio ao projeto liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não sou um cara cego, apaixonado pelo Bolsonaro. Eu acho que até as pessoas se confundem. Eu acho que o movimento que veio, que ficou, não é o movimento bolsonarista: é o da direita conservadora, cansado de ver as nossas famílias serem atacadas. Agora, o que eu discordo é uma perseguição clara em cima do ex-presidente Jair Bolsonaro“, disse.
Ao ser questionado sobre possíveis informações falsas dadas para a CPI, o deputado mencionou a falta de coragem de apontar responsabilidades no alto oficialato da Polícia Militar e a falta de comando no dia dos atos.
“Nós estamos diante de uma falta de comando naquele dia. Isso dificultou, porque se a gente tivesse um batalhão de policial da Polícia Militar lá, a história teria sido outra. Então, por essa omissão, e aí a função da CPI é descobrir quem se omitiu e, depois, descobrir se foi de forma dolosa ou culposa“, frisou.
Assista:
Homofobia
O Pastor Daniel de Castro também rebateu haver existir uma bandeira “agressiva” por parte dos conservadores, principalmente evangélicos, contra as reivindicações inclusivas da comunidade LGBTQIA+. O parlamentar disse “respeitar” a individualidade, mas que mantém a visão bíblica sobre família.
“No meu caso, que eu sou um pastor, eu defendo um lado com a Constituição, que não tem o que se falar. Mas do outro lado, tem que defender com a Bíblia, aonde o Senhor Jesus Cristo nos ensinou a amar as pessoas, amar o próximo como nós amamos a si mesmos. Mas essa estrutura realmente é uma pauta que eu defendo e não abro mão pra mim, que é a família tradicional. Respeito os modelos de família, que é essa questão da evolução da sociedade. Todo respeito, porque homem que é homem não gera, mulher com mulher não gera, a estrutura de família é a que todos nós sabemos. E o homem nasce, ele quer casar. Ele quer ter uma mulher, ele quer ter filhos e é assim que se constrói. E assim a família foi construída. Nesse contexto, é a família que nós defendemos, que é a família tradicional“, emendou.
Confrontado sobre o risco desse tipo de discurso inflamar ainda mais a crescente violência contra a comunidade LGBTQIA+, o deputado rebateu:
“A maior violência contra os homossexuais é praticada entre eles mesmos. Porque ninguém vai fazer violência, porque nós não pregamos o ódio. Eu sou pastor, sou contra e eu não prego o ódio. Na minha família, na nossa igreja, nós pregamos o amor. Aliás, foi o maior mandamento do Cristo, que é amar o próximo como a si mesmo. Essa fala que você me diz agora como jornalista é do próprio segmento, para tentar desconstruir aquilo que a gente defende. Onde que a gente prega, onde que alguém vai matar alguém? Só porque eu estou pregando, dizendo que o homem casar com homem não é certo, que não é correta à luz da Palavra de Deus? Que não é correto, porque não cria família e não é um modelo de família que nós acreditamos?!“.