A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga na Câmara Legislativa os Atos Antidemocráticos do dia 8 de janeiro, pode reconvocar o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe de operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
O pedido para um novo depoimento partiu do deputado distrital Gabriel Magno (PT), que terá o requerimento analisado na próxima quinta-feira (1º). Como não é titular do grupo, ele não terá poder de voto. Contudo, o pedido será avaliado pelo colegiado.
O requerimento foi apresentado após parlamentares terem percebido “contradições” com o depoimento do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que foi chefe do Comando Militar do Planalto, ocorrido há alguns dias.
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Naime depôs aos distritais em março, quando afirmou que o Exército Brasileiro teria impedido a desmobilização do acampamento golpista que foi montado em frente ao Quartel-General da Força, localizado no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília. Ele segue preso por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Contudo, o general Dutra rebateu a informação e garantiu que não houve investida alguma para que os militantes que defendiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixassem o movimento, considerado como “nascedouro” dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro.
General Heleno
No mesmo dia, a CPI espera ouvir o ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República, general Augusto Heleno. O nome dele está no cronograma para a oitiva.
Mesmo com a desconfiança de alguns integrantes, o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), confirmou que o militar dará a contribuição para os parlamentares.
“Está garantida a presença dele“, disse à coluna.
Nesta terça-feira (30), uma equipe do Exército fez reconhecimento nas intalações da Câmara Legislativa, o que reforçaria a possibilidade da presença do general Heleno na próxima quinta-feira.
Em entrevista recente ao GPS, o deputado Chico Vigilante disse haver um acordo entre o atual comando do Exército Brasileiro para que os representantes da instituição possam contribuir para elucidar os fatos investigados.