Vencedora em segundo lugar da 3ª edição do Prêmio Brasília de Artesanato do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), na 31° Edição da CASACOR Brasília, Mariana Gaioso falou sobre seu trabalho em entrevista exclusiva ao portal de notícias GPS Brasília. Ela é uma das representantes da diversidade da arte na capital federal.
“A paixão pelo autoral e feito à mão é desde a infância, quando que fazia minhas próprias joias e acessórios e itens decorativos para casa. Mas, durante a pandemia, que conclui um curso de designer de joias e posteriormente apliquei a técnica de fios dourados no artesanato. Assim, ao unir o universo das joias com arquitetura e design de interiores criou-se objetos decorativos como joias para casa”, conta a artesã, que é goiana.
A premiação do Sebrae, realizada na quinta-feira (30), teve como foco reconhecer profissionais que realizam o artesanato manual e que valorizaram os elementos naturais do cerrado brasiliense. No caso da Mariana Gaioso, ela levou a premiação com a peça ‘Cacho de Cocô Jerivá’, na modalidade Artesanato Contemporâneo. Ela é a expositora em diversos espaços da CASACOR, que encerra neste domingo (5).
Veja a entrevista completa:
Como começou sua paixão pelo artesanato? (GPS)
“Comecei desde a infância ao produzir objetos para uso próprio como joias e acessórios e objetos para decoração da casa. Inspirada pela minha mãe Katia Gaioso, artista plástica e designer de interiores.” (Mariana Gaioso)
Em qual espaço da CASACOR você estava expondo suas peças?
“Expus 50 peças minhas no espaço Feito a mão, do Sebrae-DF, pela BABEL arquitetura. Expus também, em parceria com a loja de decoração Cerrado Chic, nos espaços Costa de Sauípe, espaço Visão sagrada do arquiteto Jota Pacini, e no Bangalô Veraneio da Orla arquitetura.”
Além da peça que te ajudou a ganhar o prêmio, quantos artesanatos você expôs no ambiente da CASACOR? Pode citar alguns deles?
“Foram em torno de 60 objetos expostos ao longo de toda casa cor Brasília, 50 para venda na loja da CASACOR Sebrae DF (Espaço Feito à Mão) e 10 ao longo de toda mostra CASACOR. Os objetos foram: Colar de mesa decorativo estrela-do-cerrado, colar de mesa tingui-do-cerrado, jacarandá, objeto capa Cacho de Côco Jerivá, colar de mesa em mogno e cápsulas de ipê verde com fio dourado.”
Fale um pouco sobre o artesanato que você produz. Que peças são essas? Onde elas costumam ser comercializadas?
“Tenho um atelier em Brasília onde produzo objetos decorativos que trazem um pouco da natureza pra dentro de nossos lares. Utilizo bastante elementos naturais, sustentáveis e ecológicos e os transformo com algumas técnicas da joalheria com fio dourado e fino acabamento para trazer sofisticação para as peças. As peças são comercializadas via Instagram (@GaiosoCasaedesign) e em parcerias com lojas do segmento da arquitetura e design e decoração, como a loja Cerrado Chic, da 308 sul.”
Quais técnicas ou materiais são os seus favoritos para trabalhar? Você tem um processo criativo específico que costuma seguir?
“Os materiais favoritos são as cápsulas das árvores, que é a estrutura botânica que ‘guarda’ as sementes e no momento em que estão maduras as cápsulas se abrem e dispersam as sementes pelo vento. As cápsulas favoritas para meu trabalho no atelier são as cápsulas do Jacarandá, ipê verde, mogno e tingui-do-cerrado. As técnicas favoritas são a de fio e trançado e também de embalagem de fibras com fio dourado. Meu processo criativo se dá a partir da observação da natureza e na formação de cachos botânicos naturais, que formam verdadeiras pencas decorativas unindo elementos naturais trazendo volume e beleza natural para a peça; e incorporar a beleza natural dos elementos para dentro de nossas casas é fundamental. Portanto, busco deixar o material o mais natural possível, a forma que mais remeta a natureza.”
Quais desafios você enfrenta ao criar suas peças únicas? Como você os supera e encontra inspiração para novos projetos?
“Os desafios são em relação à busca de materiais de qualidade que muitas vezes estão no alto das árvores, mas que são dribladas com equipamentos coletores apropriados. A descoberta de novos elementos contribui para inspirar novos projetos.”
Onde você busca inspiração para suas criações?
“Busco inspiração na natureza e na forma como a natureza apresenta as estruturas botânicas em suas árvores. Também na troca sobre o projeto e criação com o cliente e a loja parceira.”
Quais conselhos você daria para alguém que está começando no mundo do artesanato, buscando se destacar e ter sucesso nesse campo?
“Aconselho seguir a intuição do que verdadeiramente acredita ser útil e especial em uma peça. A valorização da natureza presente em seus projetos assim como a Referência à cultura popular, Criatividade, Linguagem própria, Tradição, Expressão contemporânea, Inovação, Consciência ambiental, Apresentação e produto associado a cultura local são de fato criteriosa que norteiam o processo criativo e o sucesso da busca pelo produto.”