A Igreja do Nazareno Central de Brasília organizou mais uma edição do Café com Eles, evento que reúne empresários evangélicos com destaques do setor produtivo da Capital. Na última sexta-feira (27), o reverendo Luiz Carlos convidou o empresário Paulo Octávio para ministrar uma palestra ao grupo. O evento contou ainda com a presença dos embaixadores de Cabo Verde, José Pedro Chantre D’Oliveira, e de Camarões, Martin Agdon, decano dos embaixadores da África no Brasil.
Na abertura do encontro, o líder religioso fez questão de orar junto com o médico oftalmologista André Boianovsky, de origem judaica. Na prece, o reverendo rezou pela paz entre israelenses e palestinos e pela harmonia em todo o planeta.
Na sequência, Paulo Octávio ministrou uma palestra baseada na sua vivência. Ele começou destacando as qualidades do Brasil. “Nós, brasileiros, temos de entender que esse é o melhor país do mundo. Quando vemos o mundo com tantas dificuldades e guerras, penso que temos de tudo e devemos fazer de tudo pelo entendimento entre nós. Se fizermos daqui um País da paz, os investimentos do mundo virão para cá. Nós precisamos buscar é o entendimento entre as correntes políticas”, afirmou.
Como grande exemplo de pacificação, Paulo Octávio lembrou de Juscelino Kubitschek e falou do papel do PSD naqueles tempos e da sua busca por governança nos dias atuais. “JK sempre buscou paz, diálogo e democracia. E, com isso, conseguiu fazer Brasília e fazer com que o Brasil avançasse 50 anos em cinco. E, hoje, precisamos novamente de um País que cresça economicamente, para que ele possa disparar”, completou.
Lembrando sua vinda para o DF em 1962 e a trajetória da capital nos anos 1970, Paulo Octávio aproveitou para mostrar que sempre há uma interseção divina nos atos e nas ações de cada empresário. “A coragem da mudança da capital está em todos vocês. Viemos para cá por um motivo, por uma resolução do alto. E é isso que faz da cidade uma capital encantadora”, disse, antes de contar sua trajetória de trabalho desde os 15 anos, quando começou a trabalhar vendendo o pecúlio Gboex para seus professores, passando pela bolsa de valores até chegar ao mercado imobiliário e à criação da PaulOOctavio.
“Nós, empresários, não podemos perder tempo com distrações mundanas, pois não chegaremos aos nossos objetivos. Tenho orgulho em ter o mesmo CNPJ há quase 50 anos. Passei muitas dificuldades nestes tempos, houve momentos que seria normal desanimar, mas não esmoreci. Nunca tive carteira assinada. Sempre fui autônomo, profissional liberal e empresário”, comentou, lembrando os primeiros prédios, construídos no Gama, Taguatinga e Guará e a decisão de vender apenas o que construía. “Os nossos prédios valorizaram muito. Até hoje encontro compradores dos primeiros edifícios satisfeitos”, relembrou.
A carreira política também foi detalhada na palestra, traçando sua presença na vida pública por mais de duas décadas. “Recebi o convite para entrar na política com 40 anos. Na primeira eleição, fui eleito e naquele tempo começaram o Metrô e as novas cidades, como Samambaia, onde plantei a primeira árvire. Fui deputado federal duas vezes, senador, vice-governador e governador”, disse.
Mas a vida empresarial sempre o chamou de volta, como em 2010. “E voltei com a mesma garra. Se não tivesse amor pela vida empresarial, nada teria. A maior alegria que eu tenho é entregar um prédio a seus moradores”, comentou, lembrando ainda as recentes inaugurações da creche Sarah Kubitschek, no Sol Nascente, construída pela PaulOOctavio e doada ao GDF, e do Viaduto do Sudoeste.
Sobre fé, Paulo Octávio contou que nasceu em berço cristão e católico, e que isso marcou seu comportamento no mercado. “Procurei não fazer inimigos. Você tem que tocar seu negócio e ir em frente”, afirmou. “Quando casei com a Anna CHristina, comecei a acompanhá-la na igreja, pois ela era evangélica fervorosa. Anos depois, acabei me convertendo. Fui a Israel e me batizei no Rio Jordão. Você ter fé ajuda muito. Meus filhos todos foram educados na igreja e é importante fazer amigos nela. Porque os valores que a igreja ensina você levará por toda a vida”, acrescentou.
No encerramento, ele comentou que ser empresário no Brasil não é fácil, pela insegurança jurídica, citando o caso da tentativa de mudança do Fundo Constituional do Distrito Federal (FCDF), que foi criado por sua articulação política no governo de Fernando Henrique Cardoso. “Tive papel na sua criação e não podia ser diferente quando seu cálculo do fundo foi ameaçado. Felizmente, fizemos uma articulação junto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que é do meu partido, o PSD. Ele nomeou o senador Omar Aziz, também do PSD, que derrubou o corte. Depois, conseguimos manter a legislação com as regras de sempre na Câmara. Defender Brasília e estar ao lado destas causas em torno dela é minha paixão”, afirmou.
“Brasília é a melhor cidade para investir e a que mais cresce. Por isso, temos de preservá-la. Não deixar nada ser perdido. E ser empresário é fundamental. Os governos em todos os níveis geram 10 milhões de empregos e os empresários, 60 milhões. Sem nós, o Brasil não vive. Por isso é importante a nossa participação política”, concluiu.