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Exclusivo. Fraga sobre Bolsonaro: “Eu dormia ministro e acordava palhaço”

Durante entrevista ao GPS, deputado federal diz ter relevado problemas com o ex-presidente, criticou o afastamento de Ibaneis Rocha e mandou recado ao ex-governador José Roberto Arruda, até então seu principal aliado

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Mesmo eleito deputado federal para o quinto mandato, Alberto Fraga (PL-DF) não esconde a decepção por ter recebido cerca de 29 mil votos em outubro do ano passado, número tímido perto das cerca de 150 mil pessoas que costumavam referendar o resultado de suas campanhas.

 

O coronel da reserva da Polícia Militar (PMDF) atribuiu o resultado inesperado do pleito ao que entendeu como uma “traição” do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido), até então um dos seus principais aliados. 

 

Fraga diz ter sido “usado” por Arruda para se aproximar do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Após conseguir o feito, diz o parlamentar, o ex-governador teria largado o plano inicial de ser candidato ao governo do DF para disputar com o próprio Fraga uma cadeira na Câmara Federal. 

 

Respaldada por condenações anteriores, a Justiça, contudo, impediu os planos de José Roberto Arruda.

 

Depois da eleição, eu me afastei e cortei a conversa com ele. Eu acho que ele me usou para se aproximar de Bolsonaro. É uma pessoa que tem muito voto na cidade. A gente sabe disso. Agora, eu prefiro um cara que não tenha voto, e tenha caráter”, disse sobre Arruda, de quem foi um dos principais secretários.

 

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Essa aproximação de Bolsonaro com Arruda teve um motivo: Fraga era, na época, e ainda é um dos nomes mais próximos do ex-presidente. 

 

O militar da reserva chegou a ser cotado em, pelo menos, três oportunidades para integrar o primeiro escalão da Esplanada, mas a confirmação nunca foi sacramentada. 

 

Eu dormia ministro e acordava palhaço”, resumiu.

 

Durante entrevista exclusiva ao GPS, Alberto Fraga disse que, embora tenha passado por momentos de distanciamento de Bolsonaro, acabou relevando e mantendo a amizade conquistada há mais de 40 anos (Veja a íntegra nos links abaixo). 

 

É uma amizade que não tem como estremecer, né? Ele não me deve nada. Se eu não fui ministro, foi porque Deus não queria”, acredita.

 

Embora acredite que o ex-presidente ainda seja o nome mais competitivo para representar a direita conservadora, Fraga não economizou críticas à militância radical da direita. 

 

Os bolsonaristas fanáticos são complicados. A gente percebe que os caras têm aquela visão mais fanática que os próprios petistas. Isso não leva ninguém a lugar algum”, continuou. 

 

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Na conversa com o GPS, Fraga também defendeu a maior parte dos integrantes dos acampamentos no Quartel General (QG) de Brasília. Na opinião do congressista, o perfil encontrado por ele nas aglomerações testemunhadas “em nada” parecia com o que viu durante as depredações das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. 

 

O parlamentar também acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de fazer do governador Ibaneis Rocha (MDB) uma espécie de “bode expiatório” para intimidar os também chefes de Executivo que foram eleitos na base do bolsonarismo. 

 

O emedebista está afastado do Palácio do Buriti por decisão do ministro Alexandre de Moraes, mas referendada pela Corte.

 

O afastamento do governador Ibaneis é uma das coisas mais absurdas e arbitrárias que já vi na vida. Aquilo que fizeram com ele é uma forma intimidatória para atingir os governadores de São Paulo [Tarcísio de Freitas], Minas [Romeu Zema] e Rio de Janeiro [Cláudio Castro]”, disse.

 

Confira a entrevista completa aqui:

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