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Da cadeia à absolvição, Francisco Araújo abre o jogo após Falso Negativo

Em entrevista exclusiva, ex-secretário de Saúde do Distrito Federal critica atuação do MP, diz acreditar na "lei do retorno" e desabafa sobre a prisão: "Não desejo isso a ninguém"

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Principal alvo de uma das operações mais escandalosas do país, **Francisco Araújo foi absolvido**, nesta semana, após ter sido preso e afastado, há quase três anos, do cargo de secretário de Saúde do Distrito Federal.

Por decisão judicial, além do ex-comandante da pasta, auxiliares que integravam o alto comando da pasta também foram defenestrados pela **Operação Falso Negativo**, que investigava suposto superfaturamento na compra de equipamentos e de testes para covid-19 em plena pandemia.

Desde que deixou a prisão e passou a usar tornozeleira eletrônica para limitar suas movimentações, a reportagem tentava uma conversa sobre como tudo ocorreu, do momento quando policiais bateram em sua porta até, o mais recente dos fatos, a decisão que apontou erros no processo e livrou dos processos penais não apenas o então secretário, mas os outros investigados pelo Ministério Público do DF.

Em **entrevista exclusiva ao GPS**, Francisco Araújo desabafou, durante quase 40 minutos, sobre os 80 dias que contabilizou dentro do sistema penitenciário, lembrou dos meses quando foi obrigado a usar a tornozeleira eletrônica e do momento quando foi acordado, no fim de uma madrugada, para ser detido e sob os olhares dos próprios familiares.

“_Não desejo isso a ninguém. De certa forma, mataram, do ponto de vista daquele momento, a minha família_”, disse.

Indagado sobre os possíveis erros jurídicos indicados no processo pela Justiça Federal, Araújo não poupou críticas aos investigadores do Ministério Público do DF, autores iniciais da denúncia.

O entrevistado argumentou, em própria defesa, que o período investigado pelos promotores era pandêmico, quando a demanda de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas, além de testes de Covid, registravam uma demanda maior do que a própria oferta, o que, segundo ele, resultou no sobrepreço.

“_As pessoas que têm o poder para destruir a vida dos outros ou para combater a corrupção precisam entender que, por trás de uma gestão, há seres humanos_”, direcionou.

Embora tenha repetido não guardar “_mágoas de ninguém_”, o ex-secretário deixou claro saber quais foram os atores, mesmo sem citar nomes, que teriam contribuído para o episódio que, segundo ele, motivou o seu **afastamento definitivo da vida pública**.

“_Acredito na lei do retorno, ela é implacável e imperdoável. Eles não vão prestar contas comigo. Eles vão prestar contas em uma outra esfera_”, indicou.

Entusiasmado após a absolvição pela Justiça Federal, Francisco Araújo disse estar tranquilo no caso de o MP solicitar o recomeço do processo judicial. Da mesma forma, arriscou o motivo de ter virado alvo, também, de ataques durante a **CPI da Covid**, conduzida pelo Senado Federal.

“_Quem mais me atacou, quando eu estava na cadeira de secretário, era quem mais me demandava para fazer compras na secretaria_”, revelou.

**Confira a entrevista completa aqui:**

**[YouTube](https://www.youtube.com/@GPSTVBrasil)**

**[Spotify](https://open.spotify.com/show/2jXqnq33Z6k28qftj8S0Zk?si=1fdd422ea3144ce3)**