Quem acha que os pets são apenas de estimação doméstica, se engana. Com direito a identificação na coleira, os mascotes dos órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) ajudam em diversas tarefas nas repartições públicas. São animaizinhos que ganharam o coração dos funcionários e acompanham os profissionais no dia a dia de trabalho.
Ao longo deste domingo, vamos contar a história deles. Começando por Fumaça, a gatinha bombeira. Ela vive no 15º Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar do DF, que fica na Asa Sul. Segundo a soldado Kamila Fernandes, integrante do quartel, a gata parece ficar mais à vontade quando vê a farda laranja.
“Quando a gente está à paisana não é a mesma coisa. Parece que ela tem uma afeição pelo uniforme”, afirma a bombeira. Além disso, a felina é bem educadinha. Quando toca o sinal da emergência, algumas vezes os bombeiros têm que largar a refeição na metade e correr para atender o chamado. E a gatinha não toca na comida de ninguém.
O nome, além de combinar com sua pelagem cinza, também remete ao trabalho dos bombeiros. Fumaça, a gatinha adotada pelo grupamento há cerca de dez anos, morava na 316 Sul e fugia do prédio para ficar no quartel dos bombeiros. De acordo com o subtenente Júnior Gomes, por duas ou três vezes o antigo dono foi buscá-la, mas ela fugia novamente.
Então, foi feita uma proposta aos bombeiros para ficarem com a gatinha. A companhia agradável fez a diferença e a proposta foi aceita. Desde então a felina se adaptou bem ao quartel. Ela participa até das rotinas militares, como por exemplo todo Pavilhão Nacional (hasteamento da bandeira), às 8h e às 18h. “É a primeira a chegar para participar do evento, porque ela é militar e bombeira, essa aí não tem como dizer que não é”, brinca o bombeiro.
O bombeiro lembra que a mascote inclusive já ajudou a extinguir um incêndio que não estava sendo visto pelos militares que estavam no quartel, por ter iniciado dentro da secretaria que estava fechada e fora do horário de expediente. Foi para o segundo-sargento Flávio Queiroz Damasceno que a gatinha correu para avisar do incêndio que se alastrava no quartel, em 2018. Ele estava de serviço à noite, quando Fumaça chegou inquieta, por volta de 1h da manhã.
“Ela estava com a gente há três anos. Percebi que ela não ficava quietinha, como normalmente. Ela ficava miando, como se estivesse me chamando pra alguma coisa. Aí eu perguntava ‘o que foi, Fumaça?’ e ela não vinha, ficava sempre querendo sair e descer a escada”, recorda o bombeiro.
Quando o sargento percebeu que talvez fosse alguma coisa, começou a seguir a gata. Ele desceu a escada atrás dela, que foi em direção ao foco do incêndio – um modem no teto havia começado a pegar fogo. “Quando eu cheguei na secretaria, o fogo já estava bem grande, no teto. Foi quando chamei o restante da equipe e conseguimos debelar o incêndio. Mas foi ela que me chamou”, relata.
Por volta de seus 12 anos de idade, Fumaça é a xodó do quartel. O subtenente Júnio Gomes explica que a gatinha sempre foi muito ativa e até uns anos atrás pegava cobra, calango e não deixava nenhum animal rasteiro entrar na unidade. “Ela sempre teve esse instinto animal de defesa do quartel. É nossa mascote e nós somos muito felizes com ela, é todo mundo apaixonado”, declara o subtenente.