Caminhões com alimentos, água e medicamentos enviados como ajuda humanitária para a Faixa de Gaza atravessaram a fronteira do Egito na manhã deste sábado (21). Os veículos ficaram dias retidos no Egito e entraram por meio da fronteira de Rafah, após dias de disputas diplomáticas sobre as condições de entrega dos bens.
Rafah é a principal rota de entrada e saída da Faixa de Gaza não controlada por Israel e o foco dos esforços para entregar ajuda aos 2,3 milhões de residentes de Gaza. A passagem é a única aberta e centenas de caminhões aguardam para entrar, pois artigos essenciais estão perto do fim. A água enviada neste sábado, por exemplo, é suficiente para 22 mil pessoas, mas apenas para um dia de abastecimento.
This first convoy must not be the last. pic.twitter.com/ZihfgQuMzF
— Martin Griffiths (@UNReliefChief) October 21, 2023
Pelo X, antigo Twitter, o coordenador de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, disse que a precária situação humanitária em Gaza “atingiu níveis catastróficos” desde o início das hostilidades. “Estou confiante de que esta entrega será o início de um esforço sustentável para fornecer suprimentos essenciais – incluindo alimentos, água, medicamentos e combustível – ao povo de Gaza, de forma segura, confiável, incondicional e desimpedida”, disse, na postagem.
O gerente do Crescente Vermelho do Qatar, Ahmad Nassar, que está em Gaza, disse que apenas 20 caminhões foram autorizados a entrar. “Hoje recebemos cerca de 20 caminhões de ajuda. Este número não é de forma alguma suficiente para cobrir a necessidade humanitária em Gaza, uma vez que a deterioração das condições exige muito mais do que ajuda. É necessário o fim da agressão a Gaza, depois a reconstrução e a elevação da situação humanitária da população.”
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) também anunciou que os suprimentos médicos da agência cruzaram a fronteira “mas as necessidades são muito maiores”. Também em postagem no X, o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou a necessidade de passagem segura dos comboios adicionais, proteção de todos os trabalhadores humanitários e acesso sustentado à ajuda de saúde.
Os militares israelitas disseram que a ajuda humanitária iria apenas para as zonas do sul do enclave, onde os civis palestinos foram forçados a se reunir para evitar os combates de Israel com o Hamas. Israel impôs um bloqueio total, interrompendo a entrada de água, comida, combustível e eletricidade, e lançou ataques aéreos contra Gaza em resposta a um ataque mortal em solo israelense pelo grupo palestino Hamas em 7 de outubro. (Com agências internacionais)