A inauguração da exposição “Pamuri Pati – Mundo de Transformação”, nesta terça-feira (10), no Museu Nacional da República, foi um verdadeiro espetáculo que envolveu cantos, narrativas, emoções intensas e uma profusão de expressões artísticas produzidas pela artista Daiara Tukano. Ela adentrou a imponente oca projetada por Oscar Niemeyer enquanto entoava melodias de uma flauta, acompanhada por seu pai, Álvaro Tukano.
Posteriormente, Daiara convidou os presentes a se acomodarem no chão, em um gesto que evocava as assembleias tradicionais das terras da tribo Yepá Mahsã, à qual a artista pertence. Num discurso marcado por profunda emoção, a artista expressou sua gratidão pela presença de familiares, amigos e renomados artistas plásticos que prestigiavam sua primeira exposição individual em um museu.
A exposição, realizada em parceria com a galeria Millan, que representa a artista, abriga um rico acervo de mais de 70 obras que retratam a evolução da expressão artística dessa notável artista indígena, cujo reconhecimento tem crescido constantemente, tanto no Brasil quanto no exterior.
Além de seu trabalho artístico, Daiara é conhecida por seu ativismo em prol dos direitos indígenas. Ela fez um importante resgate histórico da luta de seu povo e celebrou o momento especial em que um ministério dedicado aos Povos Indígenas é liderado por indivíduos que há muito se comprometem com uma política justa para sua comunidade.
A noite foi enriquecida ainda pela notável apresentação musical da tribo Hini Kuin, originária do Acre. Dentre os destaques da exposição, merecem menção “Espelho da Vida”, uma peça inspirada no manto Tupinambá que se destacou na 34ª Bienal de São Paulo, a série “Kahpi Hori”, com pinturas que evocam os traços indígenas, e a coleção “Festa no Céu”, composta por quatro impressionantes pinturas suspensas que simbolizam aves sagradas.
A exposição, com o título “Pamuri Pati – Mundo de Transformação,” permanecerá aberta ao público no Museu Nacional da República até o dia 26 de novembro.
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