O primeiro-ministro do Nepal, Khadga Prasad Sharma Oli, apresentou sua carta de renúncia ao presidente Ram Chandra Paudel nesta terça-feira (9). A saída dele ocorre em meio à intensificação de protestos contra a corrupção no país. “Renunciei ao cargo de primeiro-ministro com efeito a partir de hoje (…) a fim de dar novos passos em direção a uma solução política e à resolução dos problemas”, declarou o primeiro-ministro na carta.
A renúncia ocorre em maio a violentos protestos e repressão forte por parte do governo ao movimento Gen-G, iniciada na segunda-feira (8), que deixou um rastro de 19 mortos e mais de 600 feridos. Mesmo com a ação, manifestantes em Katmandu, capital do Nepal, desafiaram o toque de recolher para atacar e incendiar casas e propriedades de líderes políticos. Entre os alvos estava a casa do ex-primeiro-ministro, que estava na residência oficial no momento dos ataques. Mais cedo, Oli havia convocado uma reunião interpartidária.
Defesa de um governo da juventude no Nepal
Manifestantes no Nepal pediram um governo interino liderado por jovens. “Nossa primeira exigência é que este governo renuncie imediatamente, pois perdeu toda a moral depois de ter matado tantos de nossos irmãos e irmãs”, disse Sudan Gurung, líder do protesto, em uma mensagem de vídeo nas redes sociais.
Os protestos surgiram em resposta à proibição de uso de redes sociais que entrou em vigor na sexta-feira (5), após o governo afirmar que as plataformas online não estavam seguindo as regulamentações do país. O governo do Nepal suspendeu a proibição na noite de segunda-feira, após as manifestações.