Enólogo do vinho número 1 do mundo, Enrique Tirado fala ao GPS|Ponto e Vírgula

Estreia do programa da GPS|TV fala da conquista do rótulo Don Melchor na consagrada Wine Spectator

Há três décadas à frente da Don Melchor, o enólogo Enrique Tirado foi o entrevistado do GPS|Ponto e Vírgula, apresentado pelo publisher Jorge Eduardo Antunes. Exercendo também o cargo de gerente-geral da Viña Don Melchor, subsidiária da Concha y Toro, ele acaba de conquistar um feito inédito para a vitivinicultura da América do Sul: o primeiro lugar da Wine Spectator 2024, obtido com a safra 2021 do rótulo.

Don Melchor foi produzido pela primeira vez em 1987. Oito anos depois, Enrique Tirado chegou ao vinhedo, tornando-se responsável pela produção em 1997. O nosso objetivo sempre foi, a cada colheita, fazer o melhor vinho, a melhor expressão do terroir dos vinhedos de Puente Alto, no Vale del Maipu”, conta o enólogo. A segunda safra logo foi eleita como um dos 100 melhores rótulos da Wine Spectator, referência em análise de qualidade de vinhos. A partir daí, estivemos dez vezes entre eles, até conquistar o primeiro lugar”, conta.

O trabalho deu frutos. A safra 2021 que expressa bem o que é Don Melchor, sua energia com fineza e elegância e a complexidade e expressão que nos levou ao número um do mundo”, afirma o enólogo, que atribui ao terroir de Puente Alto boa parte do sucesso, pelo solo andino e ventos frios ao pé da cordilheira sul-americana.

A produção de Don Melchor tem detalhes importantes, como a divisão de 151 parcelas de pequeno tamanho. Nelas, há cepas de Cabernet Franc, Merlot e Petit Verdot. Mas a estrela é a Cabernet Sauvignon. “O manejo do vinhedo está dirigido para a qualidade de cada parcela. Don Melchor é a mistura das melhores parcelas, dos melhores vinhos de cada área. E a Cabernet Sauvignon foi a variedade que mostrou o Chile como produtor de grandes vinhos”, explica Tirado.

O processo de produção começa na colheita manual. Após o processamento, ele vai para um estágio de 14 a 15 meses. Do total, 70% das barricas utilizadas são novas e de carvalho francês. Outros 30% vão para o mesmo tipo de envase, mas com um uso de safra anterior de Don Melchor.

Após o término do processo, as garrafas ficam guardadas por um ano antes de serem comercializadas, como explica o enólogo. Tirado afirma que Don Melchor combina com muitas comidas, como carnes vermelha e branca, massas e até pescados mais gordurosos. “Temos feito combinações com cozinha asiática. O vinho casa com muitos tipos de alimentos”, acrescenta.

Enólogo fala do potencial de guarda

Um vinho de tamanha qualidade, a ponto de ser o número 1 do mundo, mostra um grande potencial de guarda. Segundo Enrique Tirado, por conta da complexidade aromática da Cabernet Sauvignon, Don Melchor vai evoluir bem. O tempo? Depende do que se queira com Don Melchor.

“Se o consumidor quer uma boa relação entre frutado e complexidade, de cinco a dez anos. Se quer mais complexidade e aromas e sabores que se desenvolvem na garrafa, entre 10 e 20 anos. Depois disso, haverá uma diversidade de aromas e texturas e taninos que são muito apreciados. Mas sempre depende do consumidor”, avalia o enólogo.

Enrique Tirado avalia ainda que a conquista obtida pela safra 2021 de Don Melchor terá reflexo em toda a América do Sul. É muito importante, pois reflete o espírito e a filosofia que está por trás de todos os nossos vinhos. Também é importante para o Chile e a América do Sul como um todo, pois permite mostrar o que esta região produz como um todo”, conclui.

Em Brasília, Don Melchor pode ser encontrado no Emporio Prime, Dia a Dia e a Super Adega. Neste último, a garrafa da safra 2021 sai a R$ 1.199,90. Já a safra 2022, no mesmo estabelecimento, está a R$ 1.099,90. 

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Edição 43

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